DIG conclui investigações sobre o latrocínio de comerciante na fábrica de pães em São Carlos

DIG conclui investigações sobre o latrocínio de comerciante na fábrica de pães em São CarlosDA REDAÇÃO

Após 19 meses de investigações sobre a morte brutal do comerciante Isildo Rodrigues Terra, 65, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) conseguiu concluir o bárbaro crime de latrocínio (matar para roubar), ocorrido na madrugada do dia 5 de maio de 2023. Ao chegar ao seu comércio, denominado “Fábrica de Pães”, localizado na Rua Fagundes Varela., Isildo foi emboscado e morto dentro de seu estabelecimento.

Sabendo da existência de um sistema de câmeras no local, o criminoso se protegeu usando roupas, máscara e boné para dificultar sua identificação. Portando um revólver calibre .38, tentou roubar o dinheiro que sabia estar com o comerciante, que realizaria o pagamento dos funcionários naquela manhã.

PAGAMENTO O delegado João Fernando Baptista, que coordenou os trabalhos, informou que o comerciante, ao tentar evitar o roubo, foi baleado três vezes, sendo atingido na perna, no abdômen e no tórax. Posteriormente, o assaltante, que não conseguiu encontrar o dinheiro, roubou as chaves de um furgão Fiat Fiorino branco, com placas de São Carlos, e fugiu do local sem levar a quantia que era o motivo do crime.

O crime foi descoberto por um funcionário que chegou para trabalhar por volta das 6 horas. Ao não encontrar o furgão na parte externa do prédio e notar as luzes da fábrica acesas, estranhou a situação. Ao entrar, ouviu sussurros e encontrou o comerciante gravemente ferido, perdendo muito sangue e dizendo que havia sido baleado. Na porta do comércio, o funcionário encontrou outro comerciante, amigo próximo de Isildo., que, ao entrar no prédio, acionou o Corpo de Bombeiros. Antes de ser socorrido, Isildo entregou ao amigo a bolsa com o dinheiro para pagamento dos funcionários. Ele foi levado à emergência da Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

INVESTIGAÇÕES Ainda naquela manhã, a DIG iniciou os trabalhos. Os investigadores analisaram as características do criminoso e, inicialmente, suspeitavam que ele tivesse cúmplices que forneciam informações sobre a rotina do comerciante. A polícia realizou um levantamento minucioso sobre possíveis envolvidos no crime.

O delegado explicou que, para identificar o autor do crime, os policiais realizaram uma investigação de campo no local onde Isildo foi encontrado com vida, além de analisar o veículo abandonado pelo criminoso.

PERÍCIA CRIMINAL O delegado informou que o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) foi fundamental para as investigações. Impressões digitais e outros materiais foram analisados para auxiliar no caso. O criminoso tomou algumas precauções, mas os peritos e investigadores conseguiram descobrir detalhes cruciais.

Baptista relatou que a cada novo avanço, os peritos informavam a equipe policial, permitindo a comparação de objetos e materiais encontrados na cena do crime.

INTELIGÊNCIA POLICIAL O delegado também explicou que o setor de inteligência policial analisou imagens de câmeras de vigilância do local e das redondezas. Além disso, foi realizado um mapeamento de criminosos que atuam na região sul e sudeste de São Carlos. Durante essa investigação, os policiais descobriram um sequestro-relâmpago ocorrido em outubro de 2023, no qual duas pessoas foram mantidas reféns por dois assaltantes. Uma das vítimas relatou que poderia reconhecer um dos criminosos e que ele possuía uma cicatriz na mão.

Cruzando essas informações com as investigações, os peritos analisaram manchas de sangue encontradas no veículo do comerciante e concluíram que o criminoso havia se ferido durante o roubo. As amostras de sangue foram coletadas para análise e, posteriormente, foi constatado que não pertenciam ao comerciante.

DNA Após diversas diligências e investigações sobre vários suspeitos, o delegado  identificou o criminoso como M.A.M., 41, conhecido como “Kito.”. Ele foi preso temporariamente e, posteriormente, teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça Criminal de São Carlos.

O delegado solicitou a M.A.M. a retirada de sangue para um possível exame de DNA, mas o suspeito recusou. Para eliminar qualquer dúvida, Baptista representou junto à Justiça Criminal um pedido para identificação compulsória, o qual foi autorizado. O suspeito foi escoltado por policiais da DIG até o Instituto Médico Legal (IML) de São Carlos, onde o procedimento foi realizado na presença de um médico legista. A amostra de sangue recolhida no veículo do comerciante foi comparada com a do suspeito e, após meses de análise, o laudo de DNA confirmou que ambas pertenciam à mesma pessoa.

No final de 2024, com o laudo final do IML de São Paulo e São Carlos, o delegado concluiu o inquérito policial, apontando que “Kito.” agiu sozinho e assassinou o comerciante para roubar o dinheiro destinado ao pagamento dos funcionários. A vítima não teve qualquer chance de defesa, sendo alvejada por três disparos de arma de fogo, caracterizando o crime de latrocínio.

Todo o inquérito policial foi acompanhado pelo Ministério Público Estadual (MPE), que já analisou o caso. A promotoria pública apresentou seu parecer e solicitou que M.A.M., seja submetido à apreciação da Justiça Criminal em júri singular. Caso condenado, poderá cumprir uma pena de 20 a 30 anos de reclusão.

Fonte: São Carlos Agora. Leia o artigo original: DIG conclui investigações sobre o latrocínio de comerciante na fábrica de pães em São Carlos

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