Guerra comercial: dólar oscila com reação da China a Trump por tarifas

O temor de uma guerra comercial entre as maiores potências econômicas do mundo entrou, definitivamente, no radar dos mercados. Nesta terça-feira (4/2), o dólar abriu a sessão em leve baixa, depois passou a operar em alta e se mantém sob forte oscilação, próximo da estabilidade, após 11 quedas consecutivas, refletindo a preocupação dos investidores com o mais novo capítulo da batalha entre os governos dos Estados Unidos, de Donald Trump, e da China.


O que aconteceu

  • Às 9h18, a moeda dos EUA operava estável e era negociada a R$ 5,815.
  • Na véspera, o dólar recuou 0,38%, cotado a R$ 5,815 na venda.
  • Com o resultado, a moeda acumula baixa de 0,38% na semana e no mês e de 5,9% em 2025.

Guerra comercial EUA x China

Os mercados repercutem nesta terça-feira o anúncio feito pelo governo chinês de que vai impor tarifas adicionais de 15% sobre a importação de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo e maquinário agrícola dos EUA.

Segundo Pequim, as novas tarifas entrarão em vigor na semana que vem.

A medida foi tomada depois de o governo Trump anunciar tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses, além de 25% para as importações de Canadá e México.

No caso da decisão envolvendo canadenses e mexicanos, Trump recuou após negociação com o primeiro-ministro Justin Trudeau (Canadá) e a presidente Claudia Sheinbaum (México). As medidas foram adiadas por 1 mês.

Ata do Copom

Além da preocupação com a guerra comercial, o mercado também observa com atenção o cenário doméstico.

No ambiente local, o destaque é a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

No documento, o colegiado afirma que o cenário de inflação segue “adverso”, principalmente no curto prazo. O Copom destaca que os preços de alimentos aumentaram de forma significativa em função, entre outros fatores, da estiagem e da elevação de preços das carnes, afetados pelo ciclo do boi.

Para o comitê, o aumento “tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”.

Sobre a política econômica, o BC afirmou que o comitê “manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas”. “Em particular, o debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, diz trecho da ata.

“No período recente, a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida seguiu impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, prossegue o Copom.

O órgão reforçou ainda a necessidade de ampliar o esforço de “reformas estruturais e disciplina fiscal”. Caso contrário, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o “potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”.

Na semana passada, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano.

No ano passado, a taxa de juros fechou em 12,25% ao ano — voltando ao mesmo percentual de novembro de 2023.

O mercado financeiro estima que a Selic ficará em 15% ao ano até o fim de 2025, segundo o relatório Focus, do BC. Para os analistas, a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá estourar o teto da meta novamente neste ano, ficando em 5,51%.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam a partir das 10 horas.

Nessa segunda-feira (3/2), o índice fechou o pregão em queda de 0,13%, aos 125,9 mil pontos.

Mesmo com o resultado, o Ibovespa acumula ganhos de 4,73% em 2025.

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