SpaceX vai lançar missão da NASA que estudará mistérios do Sol em 3D

Em 27 de fevereiro, a SpaceX vai lançar um foguete Falcon 9, que leva em seu interior a missão PUNCH, da NASA. Esta missão tem o objetivo ousado de ajudar a agência espacial norte-americana a desvendar alguns grandes mistérios do Sol, como o mecanismo que acelera suas partículas e o porquê de sua atmosfera mais externa ser bem mais quente que a superfície.

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A PUNCH (sigla de “Polarimeter to Unify the Corona and Heliosphere”) vai viajar ao espaço acompanhada do observatório SPHEREx, também da NASA. No caso, a PUNCH é composta por quatro satélites pequenos que, juntos, vão proporcionar observações tridimensionais do interior da heliosfera.

Representação dos satélites da missão PUNCH (Reprodução/NASA)

De forma resumida, podemos dizer que a heliosfera é uma espécie de bolha feita pelo vento solar, a qual cerca todo o nosso sistema. Ela se encontra com o meio interestelar, criando uma “barreira” entre a área dominada pelo vento de partículas do nosso astro e o restante do universo. “A PUNCH via conectar a ponta mais próxima do Sol à mais distante [em relação à bolha]”, explicou Joe Westlake, diretor da divisão de heliofísica na agência espacial. 


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Para isso, os quatro satélites vão ficar estacionados em diferentes locais na órbita baixa da Terra. “Nós tínhamos que ter dois tipos de instrumentos: um que observa perto do Sol, onde é mais brilhante, e outro que olha mais longe, onde é mais escuro”, disse DeForest. O problema está nestes dois últimos: “tem um planeta no caminho. A Terra”, observou. 

O melhor jeito de resolver o impasse foi criar um instrumento tão grande quanto nosso planeta. “Tudo que tivemos que fazer foi separá-lo em três partes e instalá-las em três espaçonaves diferentes. É por isso que temos três imageadores grandes angulares”, disse. Se o conceito soa familiar, é porque ele é similar àquele do telescópio Event Horizon, que capturou a primeira imagem de um buraco negro.

Já o quarto membro da constelação PUNCH tem campo de visão menor e funciona de uma forma diferente dos demais. Basicamente, este dispositivo tem uma câmera instalada para capturar eclipses solares totais artificiais, que permitem a observação da coroa solar. “Isso é muito melhor que um eclipse [natural], porque você não vai ver só pelos minutos que a Lua bloqueia o Sol e te permite ver a coroa. Como a PUNCH cria um eclipse artificial, vamos ver o tempo todo e em alta definição”, explicou. 

Se tudo correr bem, a PUNCH pode revelar processos no Sol que podem mudar a forma como entendemos nosso astro. Para a equipe, a missão é capaz de mudar a forma como os cientistas detectam eventos solares capazes de causar tempestades geomagnéticas. “Esperamos que ela vai revolucionar como o clima espacial é previsto”, finalizou Deforest. 

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