ONU reage à saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos: “Grave”

A saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (CDHNU), anunciada nessa quarta-feira (5/2) pelo chanceler israelense Gideon Sa’ar, foi classificada como algo “extremamente grave” pela relatora especial da ONU para os territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese.

O anúncio de Israel ocorreu dois dias após a mesma medida ser adotada pelo governo dos Estados Unidos e depois do encontro na Casa Branca do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, com Donald Trump. O país alega ter sido alvo de “viés institucional” por parte do conselho da ONU.

“Informei ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que Israel não participará mais dele. O conselho tem permitido, consistentemente, que países que abusam dos direitos humanos escapem ao escrutínio, ao mesmo tempo que eles perseguem obsessivamente Israel, a única democracia no Médio Oriente. Juntando-se ao presidente Trump, Israel não tolerará mais o flagrante antissemitismo do Conselho. Basta!”, publicou o chanceler israelense em seu perfil no X, nesta quinta-feira (6/2).

Para a relatora da ONU, Francesca Albenese, Israel insiste na “autojustiça”. A decisão de saída do Conselho de Direitos Humanos, segundo ela, “demonstra arrogância e falta de reconhecimento” do que o país fez no território palestino. É como “se não tivessem nada pelo que prestar contas”, afirma ela.

Conselho de Direitos Humanos

O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi criado em 2006, com o intuito de promover a paz e a segurança internacional, investigando possíveis violações de direitos por parte dos estados-membros.

Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, o Conselho fez alertas constantes relacionados à truculência de Israel contra civis palestinos. No último ano, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), que faz parte do CDHNU, foi acusada por autoridades israelenses de colaborar com grupos terroristas da região, inclusive no ataque do Hamas em outubro de 2023.

Israel é investigado na Corte Internacional de Justuiça por ter praticado genocídio na Faixa de Gaza. Albanese sugere temor pelo o que pode acontecer, agora, com os palestinos que vivem na Cisjordância. O país nega as acusações e alega estar protegendo os seus interesses legítimos de segurança.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.