Fenômeno raro fotografado perto da Terra mostra que Einstein estava certo

O telescópio espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia, flagrou um anel de Einstein na galáxia NGC 6505, encontrada a apenas 590 milhões de anos-luz da Terra. Previsto pela Teoria da Relatividade Geral, o anel em questão é um fenômeno raro que vem da distorção do espaço causada pela gravidade da galáxia. 

  • Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
  • Como o telescópio Euclid vai mapear a matéria escura, que é invisível 
  • Telescópio Euclid foi lançado com participação do Brasil

Em sua Teoria da Relatividade Geral, o físico Albert Einstein descreveu que objetos massivos distorcem o espaço e a luz acompanha esta distorção, percorrendo-a; é como se o objeto servisse como uma lente, focando a luz. É por isso que, se estiverem alinhadas corretamente, as galáxias podem servir como grandes lentes, revelando objetos que passariam despercebidos e indicando também a massa da galáxia intermediária.

E foi o que aconteceu com NGC 6505. Na imagem, a galáxia aparece cercada por um anel luminoso que revela a presença de outra galáxia bem atrás da NGC 6505 e encontrada a mais de 4 bilhões de anos-luz de nós. A luz desta galáxia, que ainda não havia sido observada ainda e não tem nome, foi distorcida pela gravidade conforme viajou pelo espaço.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Detalhe do anel de Einstein na galáxia NGC 6505 (Reprodução/ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre, G. Anselmi, T. Li)

Conor O’Riordan, autor principal do artigo que estudou o anel, descreve que os anéis de Einstein são bons exemplos de lentes gravitacionais fortes. “Todas as lentes fortes são especiais, porque são muito raras e são incrivelmente úteis do ponto de vista científico. Essa é particularmente especial, porque está muito próxima da Terra e o alinhamento a torna muito bonita”, declarou à Agência Espacial Europeia. 

Já Valeria Pettorino, cientista de projeto do telescópio Euclid, se surpreendeu com a observação do anel nesta galáxia, que foi observada pela primeira vez em 1884. “A galáxia é conhecida pelos astrônomos há muito tempo, e mesmo assim esse anel nunca foi observado antes. Isso mostra o quão poderoso o Euclid é, encontrando novas coisas em lugares que pensávamos conhecer bem”, acrescentou. 

Além da beleza da imagem, ela mostra também como o Euclid é uma ferramenta poderosa para estudos sobre os efeitos gravitacionais dos anéis de Einstein, que podem revelar mais sobre a expansão do universo e os efeitos da matéria escura. Lançado em 2023, o Euclid promete mapear mais de 30% do céu, observando bilhões de galáxias a até 10 bilhões de anos-luz. 

Leia também:

  • Com IA, telescópio pode encontrar mais de 170 mil lentes gravitacionais
  • Como funcionam os telescópios espaciais? Conheça os mais importantes

Vídeo: Curiosidades da Lua

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.