Júri de ex-deputado acusado de matar jovem é adiado por falta de comida

O novo Tribunal do Júri do ex-deputado distrital Carlos Pereira Xavier, 62 anos, marcado para 19 de fevereiro de 2025, precisou ser remarcado. Segundo comunicação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), houve rescisão unilateral do contrato com a empresa responsável pelo fornecimento de refeições aos tribunais. Por isso, será preciso aguardar o retorno do serviço para marcar novamente o júri.

O ex-parlamentar é acusado de mandar matar Ewerton Ferreira, um adolescente de 16 anos, em 2004. Ele chegou a ser condenado a 15 anos de prisão pelo crime, mas, em setembro do ano passado, o TJDFT anulou a sentença. O processo tramita no Tribunal do Júri do Recanto das Emas.

Em novembro, o novo júri foi marcado para 19 de fevereiro. Porém, em 5/2, a vara responsável pelo caso definiu que seguirá recomendação do Tribunal e suspenderá os júris marcados para mês até o retorno do serviço.

“Considerando a situação relatada e o fato de que o réu desta ação penal responde ao processo em liberdade, determino a redesignação da sessão plenária para data posterior ao restabelecimento do fornecimento de alimentação aos participantes do ato”.

Enquanto isso, Xavier aguarda em liberdade.

Acusado de mandar matar adolescente

  • Xavier foi condenado em duas instâncias por mandar matar um adolescente de 16 anos, em 2004.
  • Segundo a acusação, o homem acreditava que o adolescente estava tendo um caso com sua esposa e decidiu encomendar a morte do menor de idade.
  • O ex-parlamentar teria pagado R$ 15 mil pela “cabeça” do garoto.
  • O corpo de Ewerton foi encontrado com marcas de tiro de revólver atrás de uma parada de ônibus no Recanto das Emas.

Anulação do 1º Júri

O primeiro júri de Carlos, também conhecido como Adão Xavier, foi anulado após a defesa dele juntar novos elementos no processo. Entre eles está um relatório policial e um depoimento do policial civil Adamastor Castro e Lino de Andrade Júnior. Adamastor atuou na investigação do caso enquanto estava lotado na antiga Corvida, hoje Delegacia de Homicídios. Segundo as falas do agente anexadas ao processo, houve “contaminação política” no caso.

Adamastor afirmou que um dos autores teve o indiciamento alterado de latrocínio para homicídio. Para o policial, isso aconteceu “em decorrência de questões políticas e econômicas”, porque, à época, o então suplente de Xavier, Wilson Lima, estaria interessado na cassação de Xavier para poder assumir o cargo.

Com a mudança de latrocínio para homicídio, o delegado Mário Gomes assumiu o caso. Gomes e Wilson Lima seriam amigos e vizinhos, e a esposa do agente policial havia sido nomeada no gabinete de Lima depois que ele assumiu a cadeira de deputado.

 

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