Sindicato dos artistas detona presença de influenciadores na Globo

Quem não se lembra de quando Jade Picon deixou o Big Brother Brasil e foi escalada para fazer uma novela da Globo? Essa situação, à época, gerou uma polêmica em volta do DRT, documento obrigatório para atuar em novelas, séries e filmes. De lá para cá, muitos influenciadores e cantores ganharam vaga na dramaturgia e levantaram discussões.

Na última quarta-feira (12/2), a situação de Rafa Vitti, que não possuía o documento, mas contava com diversos personagens de televisão no currículo, trouxe a discussão à tona novamente. Hugo Gross, presidente do Sated-RJ, levou em consideração a história do artista para conceder uma versão provisória do documento a ele e aproveitou para fazer uma crítica a esse “novo sistema” de contratação.

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Rafael Vitti

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Tatá Werneck e Rafa Vitti comemoram 8 anos juntos

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“‘Nossa, olha só, fulana tem… Rafa Kaliman tem milhões de seguidores’. Olha que bicho deu. Notório ver o fracasso disso sem estudo. Então, a pessoa pode ser muito gente boa, muito bacana, mas não entende de interpretação, não entende da tônica de um texto, não sabe se posicionar perante a uma câmera ou perante a um palco”, declarou, em entrevista à Contigo!.

“Então, hoje em dia, é só ter seguidores que vai virar Fernanda Montenegro, vai virar Carlos Vereza? Não, né?”, criticou.

Hugo Gross

Gross apontou ainda que a responsabilidade maior recai sobre as próprias emissoras, que contratam sem exigir o registro profissional.

“Eu entendo que as emissoras colocam ele (Rafa Vitti) no largo dos leões e não estão nem aí, porque elas estão preocupadas com o número, com ibope, com dinheiro, com salário. Então, elas pegam as pessoas que têm seguidores e colocam ali, sem eira nem beira”, pontuou Gross.

Ele ressaltou ainda que foi o próprio Sated que descobriu que o marido de Tatá Werneck não possuía  o DRT, mas que o ator prontamente foi ao sindicato para resolver o problema.

“Ele chegou de boa lá, mostrando que fazia o trabalho e que foi a própria TV Globo que chamou ele para fazer e não sabia como é que era. Então dei uma oportunidade. Mas a TV Globo é que é culpada de contratar sem registro profissional. Por quê? Porque ela não valoriza isso. Ela valoriza o número“, declarou.

O presidente do Sated-RJ também criticou a forma como as emissoras tratam os veteranos: “Quando ela quer mandar alguém embora também, ela não valoriza o idoso que se dedicou anos e anos e que trouxe para ela milhões de reais. Ela manda embora então da mesma maneira na escala que dentro da cabeça dela”, disse.

Hugo Gross explica pedido de DRT de Rafa Vitti

Em entrevista à Contigo!, Hugo Gross, presidente do Sated-RJ, destacou que a entidade poderia ter barrado o pedido de Vitti, mas levou em consideração sua trajetória na TV.

“Ele já tinha feito outros trabalhos. A gente poderia até ter negado. Os cisneiros, a diretoria e o sindicato poderiam ter negado, mas a gente tem também um bom senso. A gente mais uma vez… O sindicato não está aqui para proibir ninguém de trabalhar”, disse Gross.

“Nós estamos aqui fazendo as coisas para cumprir a lei e proteger o trabalhador da arte. É isso que o Sated faz… Quem é artista que não tem registro, e quer se profissionalizar, tem que estudar”, completou.