Sing Sing: conheça a história real que inspirou o indicado ao Oscar

Sing Sing, drama prisional indicado a três categorias do Oscar 2025 (Melhor Ator para Colman Domingo, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original para Like a Bird), chegou aos cinemas brasileiros na última quinta-feira (13).

  • Oscar 2025: onde assistir aos principais filmes indicados
  • Ainda Estou Aqui: 5 razões para assistir ao candidato brasileiro ao Oscar

Um filme de Greg Kwedar, o título é uma mistura entre arte e vida real, já que é baseado em um programa de reabilitação surgido na penitenciária de Sing Sing – localizada próxima a cidade de Nova Iorque, Estados Unidos –, e composto por um elenco majoritariamente formado por ex-presidiários do local, que dão vida a versões funcionalizadas de si mesmos.

Uma história sobre o poder da arte

 

Inspirado no Rehabilitation Through the Arts, programa de teatro que desde 1996 ajuda na reabilitação de encarcerados na cadeia de Sing Sing, o filme mostra a trajetória de John ‘Divine G’ Whitfield (interpretado por Colman Domingo), um preso que descobre um senso de propósito ao conhecer o grupo.


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Sob a batuta do diretor Brent Buell (Paul Raci), Divine descobre sua veia de dramaturgo e passa a ajudar no recrutamento de novos membros para a equipe – o que inclui, até mesmo o violento Clarence “Divine Eye” Maclin (interpretado pelo próprio Maclin) – para que eles comecem a ensaiar uma nova peça.

O filme mostra a luta de Whitfield, há anos preso por um crime que não cometeu, em busca de liberdade, assim como a contribuição da arte para a ressocialização dos personagens, que encontram na atuação uma forma de escape das paredes da cadeia.

Filme é baseado em eventos reais

Filme tem maior parte do elenco composto por ex-presos que tornaram-se atores graças ao projeto (Imagem: Divulgação/A24)

Um dos filmes mais aclamados de 2024, nomeado um dos dez melhores longa-metragens do ano pelo National Board of Review e pelo American Film Institute, Sing Sing nasceu na mente de Kwedar após o cineasta ler um artigo da Esquire sobre a produção da peça Breakin’ the Mummy’s Code pelo RTA.

O texto falava sobre a importância do projeto para os detentos, muitos deles condenados à prisão perpétua, mas que no palco transformavam-se em outras pessoas, dando vida a cowboys, piratas, Hamlet e até Freddy Krueger em suas encenações.

Inspirado pela descoberta, o diretor juntou-se aos roteiristas Clint Bentley e Kwedar para transportar esse projeto para às telonas, utilizando o personagem de Colman Domingo como fio condutor da narrativa.

Na vida real, Whitfield foi de fato um dos principais rostos do RTA, sendo o responsável por escrever várias das peças do projeto e ajudar outros detentos em casos de reabilitação e liberdade condicional. Ex-detento que passou 24 anos na cadeia por um assassinto que não cometeu, ele esteve diretamente envolvido no desenvolvimento do filme, ajudando no roteiro do título e sendo peça fundamental para a construção de seu universo.

O dramaturgo, porém, não foi o único a ter sua história retratada no cinema.

Além de 13 personagens do RTA serem compostos por ex-presidiários que de fato tiveram suas vidas mudadas pelo projeto (há uma reincidência prisional de apenas 3% entre os membros da companhia), o “vilão” Maclin, um dos presos mais durões de Sing Sing, que vendia drogas no pátio da prisão, é interpretado por ele mesmo no título.

Sing Sing foi gravado em uma penitenciária desatiavada (Imagem: Divulgação/A24)

Solto em 2012 após cumprir 17 anos de prisão, o ex-detento conta de maneira ficcionalizada a própria história que viveu no grupo de teatro, e como passou de um homem descrente, que vivia arranjando briga nos corredores da prisão, para um incentivador do projeto e amigo de Whitfield, um de seus antigos rivais.

Produção tem salários igualitários e temas importantes

Gravados ao longo de 19 dias nas instalações do Downstate Correctional Facility, uma antiga prisão desativada dos Estados Unidos, o filme conta com várias tomadas externas da própria cadeia de Sing Sing, localizada às margens do Rio Hudson.

Desenvolvido pela A24, o projeto custou menos de US$ 2 milhões para ser produzido e adotou uma política pouco comum em Hollywood, estabelecendo um salário igual para toda a equipe da produção.

Elogiado por suas canções, atuações e temas debatidos, que passam por questões raciais, problemas do sistema penal norte-maericano e o poder da arte, Sing Sing está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.