Bolsonaro fala de denúncia e implora: “Quero continuar fazendo churrasquinho”

Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não pretende deixar o Brasil, mesmo diante da possibilidade de uma eventual prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada durante entrevista à Revista Oeste, na sexta-feira (21). Ele criticou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e chamou a denúncia contra ele de “fantasiosa”.

A PGR, sob comando de Paulo Gonet, denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas ao STF, acusando-os de envolvimento em um plano para reverter o resultado das eleições de 2022. O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que concedeu 15 dias para a defesa do ex-presidente se manifestar.

Bolsonaro critica julgamento no STF

Bolsonaro questionou a legalidade do processo e afirmou que sua situação deveria ser analisada pela Primeira Instância, não pelo STF. Ele também criticou o julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, defendendo que o procedimento deveria ocorrer no plenário da Corte, e não por meio de gravações de vídeo.

“O pessoal do 8 de janeiro está sendo julgado pelo plenário. Que meu julgamento não seja por intermédio de gravação de vídeo. Tem que ter o debate ali. Isso se chama devido processo legal”, disse Bolsonaro.

Defesa e estratégia política

O ex-presidente negou envolvimento em qualquer tentativa de golpe de Estado e declarou que não há provas contra ele. “Eu não estava aqui no dia 8 de janeiro. Não tem a mínima prova contra mim”, afirmou.

Ele também afirmou que prefere continuar no Brasil, apesar das alegações de que poderia buscar exílio para evitar prisão. “Eu entendo que é melhor ficar aqui. Agora, será, no meu entender, uma medida muito ruim para o próprio Supremo Tribunal Federal”, disse.

Durante um evento do Partido Liberal (PL), Bolsonaro minimizou os riscos de prisão e ironizou as alegações: “O tempo todo dizem que vão me prender. Eu caguei para prisão”, afirmou. Contudo, em entrevista posterior, ele admitiu que exagerou na fala e afirmou que estava apenas desabafando.

Acusações da PGR

A denúncia contra Bolsonaro foi protocolada na terça-feira (18) e inclui crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. Além dele, outros 33 denunciados são acusados de articular um plano para se manter no poder após a derrota nas eleições presidenciais de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa do ex-presidente tem 15 dias para apresentar sua contestação. Em seguida, a PGR terá cinco dias para se manifestar antes da decisão da Primeira Turma do STF sobre a abertura da ação penal.

Bolsonaro e a narrativa de perseguição

O ex-presidente vem usando a denúncia como parte de sua estratégia para mobilizar sua base eleitoral. Ele alega que enfrenta perseguição política e que setores do Judiciário buscam eliminá-lo do cenário político. “Eu sou a cereja do bolo. Eles podem até me prender um dia, mas por qual motivo?”, questionou.

Bolsonaro também criticou o que chama de “Estado profundo”, sugerindo que seus adversários políticos desejam eliminá-lo. “O sistema me quer morto, não preso”, afirmou.

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