Alemanha: Merz vibra com vitória e quer formação “rápida” de governo

O líder dos partidos conservadores, Friedrich Merz, já se declarou vencedor das eleições na Alemanha, realizadas neste domingo (23/2), nas redes sociais. O político registrou o momento em que conversa ao telefone com líderes mundiais que o parabenizaram pela vitória.

Em postagem nas redes sociais, ele aparece ao telefone e afirma que a Alemanha fará uma “contribuição para a liberdade e a segurança no mundo”.

“Estamos a viver um período de grandes desafios e crises. Foi com grande satisfação que recebi as felicitações da Alemanha e de estrangeiros. Juntamente com os nossos aliados, a Alemanha dará um contributo para a liberdade e a segurança no mundo”, escreveu.

Apesar da vitória dos conservadores, a definição do novo chanceler ainda depende das negociações para a formação de uma coalizão. A quantidade de cadeiras conquistadas pelo partido União Democrata Cristã (CDU) no parlamento alemão determinará a necessidade de alianças para garantir a estabilidade do governo. Como é pouco viável que um partido obtenha mais de 50% dos votos, a CDU precisará buscar apoio de outras legendas.

O impasse está no fato de que a segunda maior força nas eleições foi justamente a extrema-direita, que alcançou seu melhor desempenho desde a Segunda Guerra Mundial.

Outra possibilidade considerada mais viável é uma coalizão entre a CDU, os social-democratas de Olaf Scholz e os verdes de Robert Habeck. No entanto, Merz pode resistir a essa aliança, já que o governo do atual chanceler enfrenta forte rejeição entre os alemães.

“Nós – a @CDU e a CSU – ganhámos esta eleição para o Bundestag. Obrigado pela confiança que depositaram em nós e em mim. E, neste contexto, gostaria de dirigir uma palavra de respeito aos nossos concorrentes políticos. Vamos agora cumprir rapidamente o nosso mandato governamental, porque o mundo lá fora não está à nossa espera. Nem está à espera de longas conversações e negociações de coligação. Temos agora de recuperar rapidamente a nossa capacidade de ação”, declarou Merz, pelo X (antigo Twitter).

Apesar disso, o próprio Merz já afirmou que a chance de uma aliança com os social-democratas é mínima. Ele também declarou que pretende concluir as negociações até a Páscoa para o mínimo de governabilidade.

“Precisamos de formar um governo de forma rápida e sensata. Temos de nos tornar capazes de atuar a nível internacional. Pessoalmente, mantenho a minha esperança de que na Páscoa já tenhamos formado um governo. A Europa está à espera da Alemanha”, disse o líder conservador.

Pleito

Os alemães foram às urnas já sob a expectativa de uma vitória confortável das forças conservadoras, além de uma ascensão meteórica da extrema-direita. A CDU, que forma coalizão com a também conservadora União Social Cristã (CSU), foi declarada vencedora, com projeção de 29% dos votos, segundo a boca de urna.

Embora o resultado oficial ainda não tenha sido divulgado, a margem da vitória dos conservadores já foi confirmada. No entanto, ainda falta a definição do próximo chanceler. O que é certo é que Olaf Scholz, cujo governo enfrentava forte desgaste, não permanecerá no cargo. O cenário aponta para a ascensão do líder conservador Friedrich Merz à chefia do governo.

O líder conservador ainda não foi oficialmente declarado chanceler porque, no sistema parlamentarista alemão, o partido vencedor precisa garantir apoio suficiente para formar governo. Para isso, deve assegurar a maioria entre as 630 cadeiras do Bundestag, o parlamento alemão.

Apesar disso, Merz já recebeu felicitações de líderes mundiais, como o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Crescimento e revés pesado

Entretanto, o grande destaque das eleições foi o crescimento expressivo do partido de extrema-direita AfD, que registrou seu melhor desempenho desde a Segunda Guerra Mundial. O resultado consolidou a sigla como a segunda maior força política do país, garantindo significativa representação no parlamento.

Por outro lado, o Partido Social-Democrata (SPD), liderado por Scholz, sofreu uma das piores derrotas de sua história, terminando em terceiro lugar. Para efeito de comparação, em 2021, os democratas venceram as eleições com quase dez pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado. O desgaste da gestão Scholz já era evidente: no ano passado, a aprovação do governo estava em apenas 14%.

As eleições foram antecipadas após o colapso da coalizão de três partidos que sustentava o governo de Scholz, em novembro de 2024.

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