Lewandowski põe 100 anos de sigilo em cartão de vacina

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, repetiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e negou acesso à própria carteira de vacinação, impondo 100 anos de sigilo sobre o documento.

A coluna solicitou à pasta, via Lei de Acesso à Informação (LAI), o cartão de vacinas de Lewandowski, mas o ministério negou o pedido alegando que o documento se tratava de dados pessoais.

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O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski

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“Entende-se que a solicitação em questão não pode ser atendida, uma vez que os dados solicitados referem-se à saúde e estão vinculados a uma pessoa natural, configurando-se como dados pessoais sensíveis, nos termos do art. 5º, inciso II, da Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD)”, escreveu o ouvidor-geral do MJSP, Sergio Gomes Velloso, em decisão referendada pelo próprio Lewandowski no último dia 10 de fevereiro.

“A LGPD está em harmonia com a LAI, conforme o art. 31, § 1º, inciso II, que estabelece que informações pessoais relacionadas à intimidade, vida privada, honra e imagem possuem acesso restrito por até 100 anos”, prosseguiu.

Ministro da Justiça referendou decisão que determina 100 anos de sigilo sobre cartão de vacinação
Ministro da Justiça referendou decisão que determina 100 anos de sigilo sobre cartão de vacinação

Em nota à coluna, Lewandowski assegurou, porém, que seu cartão de vacinação está completo (leia a íntegra do comunicado ao fim desta reportagem).

O ex-presidente Jair Bolsonaro também negou todos os pedidos para divulgar o cartão dele. Foi a Controladoria-Geral da União (CGU), sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que determinou a liberação das informações, abrindo precedente para novas solicitações do tipo.

Cartão de vacina de Nísia está incompleto

Como a coluna revelou na sexta-feira (21/2), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, de 67 anos, só tomou uma dose de reforço da vacina contra a Covid em 2024. A recomendação da pasta dela para pessoas a partir de 60 anos, todavia, é de duas doses anuais, com 6 meses de intervalo.

A ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a informação à coluna por meio da assessoria e assegurou que iria atualizar a caderneta “nesta semana”.

Idosos, como Lewandowski e Nísia, são considerados mais vulneráveis à Covid, devido à imunossenescência. Trata-se do processo de envelhecimento do sistema imunológico, que leva a uma menor resposta a infecções. Por isso, devem receber uma dose extra anualmente.

Tanto idosos como gestantes entraram para o Calendário Nacional de Vacinação em relação à Covid em dezembro do ano passado. Assim, a imunização contra a doença passou a ser de rotina para os dois grupos.

O que diz o ministério de Lewandowski

Procurado pela coluna, o Ministério da Justiça e Segurança Pública informou, em nota, que a caderneta de vacinação de Lewandowski está completa, mas se recusou a divulgar o documento.

Leia a íntegra da nota do MJSP:

“A Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação – LAI) garante o direito de acesso a informações públicas, incluindo aquelas contidas em registros ou documentos sob a guarda dos órgãos governamentais. Entretanto, esse direito não é absoluto e deve ser compatibilizado com outras normas, como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD – Lei nº 13.709/2018), que protege informações de caráter pessoal e sensível.

No caso específico do pedido de acesso ao cartão de vacinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, esclarecemos que os dados solicitados são classificados como dados pessoais sensíveis, nos termos do art. 5º, inciso II, da LGPD, por estarem relacionados à saúde de uma pessoa natural.

O ministro Ricardo Lewandowski afirma, no entanto, que seu cartão de vacinação está completo, seguindo o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde para pessoas maiores de 60 anos.”

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