Homem preso com Oruam integra o CV e foi flagrado em escutas

Em operação realizada na manhã desta quarta-feira (26/2), no Rio de Janeiro, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes prendeu Yuri Pereira Gonçalves, conhecido como “Pará”, procurado pelo crime de organização criminosa. Yuri foi localizado na casa do rapper Oruam durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra o artista e sua mãe, Márcia Nepomuceno, no âmbito das investigações sobre um disparo de arma de fogo em um condomínio de Igaratá (SP), em dezembro de 2024. Yuri tem ligação com o Comando Vermelho, facção liderada pelo pai do cantor, Marcinho VP.

O foragido, de 25 anos, natural de Belford Roxo (RJ), responde a uma ação penal na 1ª Vara Cível Especializada de Combate ao Crime Organizado do Rio de Janeiro. Ele é acusado pelos crimes previstos no artigo 2º da Lei 12.850/13: “Promoção, financiamento ou integração de organização criminosa”.

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Oruam é filho de Marcinho VP, preso e condenado por tráfico de drogas e homícido

Oruam foi preso por furar um bloqueio policial
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Oruam foi preso em blitz no Rio

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Oruam é filho de Marcinho VP, preso e condenado por tráfico de drogas e homícido

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Oruam foi preso por furar um bloqueio policial

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No processo, Yuri e outros 41 suspeitos de envolvimento com o Comando Vermelho são acusados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de “roubo majorado, pelo concurso de pessoas e emprego de arma de fogo, extorsão, bem como o delito de receptação, inclusive na forma qualificada, em diversos bairros da região metropolitana”.

O grupo foi identificado com o auxílio de escutas telefônicas autorizadas pela 38ª Vara Criminal da Capital. A especialidade da organização era a extorsão de donos de aparelhos celulares roubados pelo bando, um golpe conhecido como “phishing”.

“Os criminosos aguardam até a vítima reativar sua linha telefônica e, então, enviam-lhe uma mensagem informando que o aparelho foi recuperado (isca). No referido comunicado, é exibido um link que direciona o usuário para uma página falsa do iCloud, solicitando que forneça seu login e senha de acesso”, afirma o MPRJ.

“Em poder de tais dados, os transgressores conseguem realizar o desbloqueio dos aparelhos subtraídos, permitindo, assim, que possam ser comercializados para outros usuários. Na hipótese de as vítimas perceberem o golpe e não acessarem o referido link, os integrantes da organização criminosa passam a enviar mensagens em tom ameaçador, via aplicativo de mensagens ou e-mail, exibindo fotografias de armas com os seus nomes, além de dados pessoais, como endereço e nomes de familiares das vítimas, exigindo o desbloqueio do aparelho”, diz a denúncia.

Com a quebra de sigilo de dados do WhatsApp, as autoridades conseguiram identificar vários grupos de comercialização e desbloqueio de celulares roubados, “sendo possível obter os terminais utilizados por outros participantes desses grupos e, assim, dar continuidade às investigações”.

“Os criminosos atuavam em diversas frentes, formando núcleos voltados à prática de roubos, extorsão e receptação, destacando-se os de Duque de Caxias, Calçadão de Bangu e Central do Brasil”, observa o Ministério Público.

Na segunda-feira (24/2), o processo foi encaminhado para a conclusão do juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte.

Escutas telefônicas

Yuri Gonçalves foi flagrado pelas escutas telefônicas em contato com outro investigado, Diogo Ricardo Souza de Oliveira, o “Puff”. Segundo o MPRJ, o amigo de Oruam integrava o núcleo da organização que atuava em Duque de Caxias (RJ). Em um dos contatos com Oliveira, Yuri disse ter dois iPhones para vender.

Yuri: “Tá onde, tu? Tô com dois iPhones aqui, nós tá tudo de iPhone.”

Diogo: “Tô aqui no Santuário, brota no Orelha. Na Rua do Truca.”

Mais adiante, em outra ligação, o comparsa pergunta pelos celulares.

Diogo: “Cadê os iPhones, mano?”

Yuri: “Já dei a Kátia aí, cara!”

Em outro momento, Yuri comenta com Diogo sobre uma aliança, fruto de outro roubo.

Yuri: “Coé, Puff, tá aí no Santuário?”

Diogo: “Tô aqui, qual foi?”

Yuri: “Vocês já venderam a aliança?”

Diogo: “Já foi vendida.”

A prisão de Yuri e Oruam

A casa de Oruam, onde Yuri foi preso, fica no bairro do Juá, na zona leste do Rio de Janeiro. O rapper também foi detido na operação, após a identificação do integrante do Comando Vermelho no local. Na residência, a Polícia Civil apreendeu uma pistola 9 mm, armamento de airsoft e simulacros de armas de fogo. Uma perícia deverá apontar se a pistola tem relação com o disparo ocorrido em São Paulo.

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