Ouro, mercenários e sangue: conheça a “Família Real” do garimpo

A “Família Real” do garimpo, liderada por Irismar Cruz Machado, conhecida como a “Rainha do Garimpo”, e seu filho Pablo Severo Machado, o “Príncipe”, construiu um império baseado no terror e na exploração ilegal de terras indígenas.

Agora, o destino da família enfrentou uma nova turbulência: o filho único de Irismar sofreu um grave acidente de carro e ficou paraplégico, perdendo todos os movimentos e a sensibilidade dos membros inferiores.

E mesmo com a nova realidade do herdeiro, o legado da família continua marcado pela brutalidade do garimpo e o poder financeiro da família, que é sustentado pela devastação da Terra Indígena Yanomami. Conheça a história da família:

Exército de mercenários

O nome de Irismar, ou dona Iris, é sinônimo de medo e violência extrema – ela é uma das figuras mais temidas do garimpo ilegal.

Segundo investigações da Polícia Federal, Irismar se cercou de uma milícia armada, composta por mercenários equipados com fuzis e material de guerra. O objetivo era garantir o controle absoluto sobre os garimpos e impor sua própria “lei”, utilizando ameaças e ataques contra qualquer um que desafiasse sua autoridade ou tentasse fazer dinheiro em “suas terras”.

Esse exército particular extorquia garimpeiros, destruía bens de concorrentes e mantinha um rígido sistema de repressão violenta. Os relatos apontam que as ameaças de morte eram uma prática comum sob o domínio da família.

Lavagem de dinheiro

Além da extração de ouro e cassiterita, Irismar e Pablo desenvolveram um esquema de lavagem de dinheiro. Empresas de fachada, como a Machado e Cruz Ltda., foram criadas para disfarçar a origem ilícita dos lucros.

O setor agropecuário também foi utilizado como um dos principais meios para justificar a compra de imóveis e veículos de luxo, incompatíveis com a renda declarada pela família.

Em apenas cinco meses de atividade, Irismar teria extraído 200 kg de ouro, o que evidencia a dimensão financeira do império clandestino.

Posse de armas e crimes ambientais

Além da exploração ilegal, Pablo Severo Machado também está envolvido em crimes como posse ilegal de armas de fogo e infrações contra o meio ambiente. Ele é responsável por coordenar a defesa dos garimpos e garantir que os lucros ilícitos sejam ocultados por meio de esquemas fraudulentos. Atualmente, ele é réu por envolvimento no garimpo ilegal e monitorado por tornozeleira eletrônica.

A influência da “Família Real” do garimpo vai além da extração ilegal de minérios, o que revela uma rede criminosa altamente organizada, sustentada pela violência, corrupção e destruição ambiental.

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