Sequestrado revelou bet clandestina de mafiosos chineses

São Paulo — Sequestrado por mafiosos chineses, um vendedor relatou, em depoimento, que se endividou com os criminosos após derrotas em jogos de azar em uma casa de apostas clandestina no centro de São Paulo. No local, também eram oferecidas apostas online em jogos de futebol, basquete e outros esportes.

A casa de apostas acabou servindo de cativeiro para o sequestro. Foi lá que policiais encontraram a vítima e começaram a prender suspeitos do crime na tarde da última quinta-feira (27/02). O caso chegou à Polícia Civil quando o pai do homem procurou investigadores para relatar que havia recebido uma ligação dos sequestradores.

A vítima disse ter conhecido o local por indicação de outro chinês. Ele afirmou que a casa concedia “uma espécie de ‘credito’ aos jogadores que eram quitados no dia seguinte através de depósito, transferências bancárias ou Pix e que por frequentar a casa de jogos há bastante tempo, sua ‘linha de credito’ foi estendida para uma semana”.

Segundo o sequestrado, “no começo, conseguiu ganhar valores com os jogos, que lhe foram pagos em dinheiro, mas de um tempo para cá somente perdia”.

Sequestro

O homem relatou que os mafiosos pararam um carro ao lado dele enquanto andava por uma rua em Pinheiros. Ele foi, então, levado à casa da jogatina. No estabelecimento, contou que um dos sequestradores disse que ele teria até meia-noite para pagar a dívida, “caso contrário iriam tirar seus órgãos para venda e lhe matariam”.

No relato, a vítima ainda afirmou que “os criminosos permitiram que ele fizesse uma ligação para o pai no viva-voz, para que este pagasse por sua dívida”.

Em determinado momento, um dos sequestradores também lhe mostrou uma faca, dizendo que “gostaria muito de cortar seus dedos e enviar o vídeo para seu pais”.

Três dos presos são chineses; um é tailandês. Este último é, inclusive, campeão de muay thai.

O caso acontece em meio a um aumento de extorsões de vítimas chinesas, conforme revelou o Metrópoles em série especial.

Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que, entre 2014 e 2022, houve 21 registros de extorsões em que as vítimas eram imigrantes da China. Só nos últimos dois anos, as ocorrências chegaram a 15.

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