Policial fantasiada de “cena do crime” prende ladrão em bloco. Vídeo

São Paulo — Uma policial fantasiada de “cena do crime” participou de uma ação que prendeu neste domingo (2/3) suspeitos de furtos de telefones celulares em blocos na zona sul de São Paulo.

Um dos vídeos divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostra um policial à paisana e uma agente enrolada em fitas amarelas — em uma fantasia que faz referência às cenas criminais — conduzindo um suspeito próximo da região do Parque Ibirapuera. O local é ponto de megablocos de Carnaval na cidade de São Paulo.

De acordo com a secretaria, três pessoas foram presas e 11 celulares foram recuperados. Em uma segunda ação, dois homens foram presos com uma réplica de arma de fogo.

 

Fantasias

As prisões de ladrões em blocos por policiais fantasiados dão um respiro momentâneo ao governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em meio a uma onda de casos de corrupção da Polícia Civil.

O vídeo em que os policiais civis fantasiados de Power Rangers prendem, no sábado (1º/3), um suspeito com celulares furtados em um bloco na região do Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, viralizou rapidamente nas redes sociais e impactou positivamente a polícia de Tarcísio — que aproveitou para surfar na onda.

Apenas neste domingo (2/3), o governador já fez duas postagens sobre o caso, sempre em tom bem-humorado. Além da prisão, as investigações ajudaram a desbaratar uma quadrilha que veio de outro estado apenas para roubar foliões paulistas.

Em um dos posts do governador, com um vídeo dos policiais fantasiados em ação, Tarcísio escreveu: “A @policiacivil_sp de São Paulo? Outro nível! GO GO POWER RANGERS!”.

Policiais vestidos de Power Rangers prendem ladrão de celular
Policiais vestidos de Power Rangers prendem ladrão de celular

Corrupção

A publicação ocorre em meio a uma onda de noticias negativas contra a Polícia Judiciária paulista. Como o Metrópoles mostrou, o órgão vem sofrendo uma devassa em investigação da Polícia Federal (PF) devido a casos de corrupção explorados em inquérito relacionado ao caso da morte do delator Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach.

A mando do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, o inquérito foi instaurado um dia após a morte de Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos, em novembro de 2024. A decisão de investigar o assassinato do delator do PCC em uma área de competência federal acabou se tornando uma grande devassa sobre esquemas de corrupção na Polícia Civil paulista, o que pressiona o governo Tarcísio um ano antes das eleições.

Na terça-feira (25/2), o policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior foi preso em uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da PF em um caso que mira a atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank –o caso surgiu a partir da delação de Gritzbach.

Dias depois, o Metrópoles revelou que três delegados de 1ª Classe e um investigador da Polícia Civil eram investigados pela Corregedoria da instituição por terem ido até um seminário em Las Vegas, nos Estados Unidos, com os custos supostamente bancados por uma fintech suspeita de elo com o PCC. Esse é apenas mais um caso, em meio a outros como o de policiais que chegaram até a roubar relógios de luxo de Gritzbach.

A Polícia Civil está acuada e vê ações políticas para tentar fragilizar a instituição e até Tarcísio.

Pressão sobre Derrite

Mais pressionado que o governador, que surfa com boa popularidade no estado, está o secretário da Segurança Guilherme Derrite (PL). Indicação da família Bolsonaro, Derrite sempre teve sua gestão questionada por ser visto como inexperiente e radical demais para o cargo. Isso só aumentou após a explosão da violência envolvendo policiais militares no estado e a eclosão de diversos casos de corrupção, sobretudo na Polícia Civil.

Dias depois, o Metrópoles revelou que três delegados de 1ª Classe e um investigador da Polícia Civil eram investigados pela Corregedoria da instituição por terem ido até um seminário em Las Vegas, nos Estados Unidos, com os custos supostamente bancados por uma fintech suspeita de elo com o PCC. Esse é apenas mais um caso, em meio a outros como o de policiais que chegaram até a roubar relógios de luxo de Gritzbach.

A Polícia Civil está acuada e vê ações políticas para tentar fragilizar a instituição e até Tarcísio.

Derrite tenta se equilibrar crise após crise visando chegar em boa situação em 2026, quando pode disputar uma vaga ao Senado e até governo estadual — na eventualidade de Tarcísio tentar a Presidência da República.

O chefe da pasta da Segurança também tem a gestão marcada pela explosão de voos de helicóptero, carona em jatinho de empresário e por ter inflado órgão chefiado por amigo com verba para obras e outros gastos (entre eles contratos com uma empresa suspeita).

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