“Sol estava cegando”, diz piloto de jet-ski que atropelou adolescentes

O piloto do jet-ski que atropelou um pedalinho onde estavam dois adolescentes de 12 anos no Lago Paranoá, em 23 de fevereiro, disse que o sol o impediu de avistar as vítimas. Em depoimento  Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o rapaz afirmou que o sol estava “cegando a visão”, e que, por isso, não viu que estava próximo do pedalinho. Ele alegou, ainda, que “virou bruscamente” o jet-ski para tentar evitar uma batida de maior impacto.

Ao Metrópoles o jovem corrobora a própria versão. “O sol refletiu na água e me impossibilitou de enxergar os meninos. Quem anda de jet-ski sabe o que estou falando”, explica o rapaz, que pediu para não ser identificado. “Eu desviei do pedalinho. Caso contrário, teria sido pior”, completa.

O piloto garante que não conduzia a moto aquática de forma irresponsável, e que o velocímetro marcava a 60 km/h no momento da colisão. “Eu não estava em alta velocidade, não trafegava perto do cais, não estava bêbado e não fugi do acidente”, alega.

“Prestei socorro, me apresentei à Marinha e à polícia depois do acidente. Me dispus a ajudar a todo momento”, conta o rapaz à reportagem. “Foi um acidente, a gente não quer que aconteça. Graças a Deus eu ainda consegui desviar”, detalha.

O homem comenta que as famílias dos adolescentes pediram para que ele deixasse o local após o ocorrido. Segundo o piloto, eles estavam “muito exaltados” devido à colisão. Os garotos são amigos, e os pais deles estavam presentes. “Entendo perfeitamente os pais que pediram pra eu sair num momento de nervosismo.”

Ele afirma também que é habilitado para a condução de jet-skis há mais de cinco anos, e que o veículo que utilizava no momento do acidente é de um amigo. “Estou no Lago quase todos os fins de semana”, diz.

Após o acidente, o piloto se apresentou a uma unidade policial da Marinha do Brasil e explicou o caso. A Força orientou o rapaz a procurar a PCDF e registrar boletim de ocorrência. Segundo ele, a Marinha pediu que o jet-ski não seja utilizado até que o órgão conclua perícia.

Pai rebate

Também em depoimento à Polícia Civil do DF, o pai de um dos adolescentes — o que não ficou ferido — argumentou que o pedalinho é amarelo e tem 4,7 metros, o que, segundo ele, torna o equipamento extremamente notável. O homem alegou que a visibilidade do dia estava “excelente” e “o sol estava alto no céu”.

O pai de um dos garotos afirmou, ainda, que o piloto do jet-ski estava “a mais de 80 quilômetros por hora”. Ele confirma que pediu para o motorista do jet-ski se afastar.

Jet-ski atinge pedalinho

Em imagens registradas por câmeras de segurança, é possível ver quando o jet-ski se aproxima em alta velocidade e atinge o pedalinho. Assustado, um dos adolescentes conseguiu pular na água.

Assista:

Um dos jovens sofreu um corte profundo na cabeça e foi levado pelos familiares a um hospital particular. O outro não se feriu.

O caso é apurado pela 5ª Delegacia de Polícia (Setor de Grandes Áreas Norte). O piloto do jet-ski deverá responder pelo crime de lesão corporal. O Metrópoles contatou a Marinha do Brasil para comentar o caso e aguarda retorno.

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