Como agem criminosos do CV que movimentam milhões com furto de Hilux

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), está conduzindo uma investigação para desarticular uma organização criminosa especializada no furto de caminhonetes de luxo, como a Toyota Hilux e a SW4. A organização, ativa desde 2022, tem modernizado seus métodos com o tempo e expandido a atuação no Distrito Federal.

Desde o início da organização criminosa, pelo menos 44 caminhonetes foram furtadas, sendo 23 entre 2022 e 2023 e outras 21 apenas nos primeiros três meses de 2024. O prejuízo já ultrapassa a casa dos R$ 6 milhões.

Cada veículo, cujo valor de mercado pode variar de R$ 220 mil a R$ 600 mil, é repassado ao crime organizado. Esse valor é convertido em drogas — principalmente na cocaína e maconha, que são negociadas diretamente com traficantes do Paraguai e da Bolívia. Esse tráfico é conhecido por  financiar facções criminosas, incluindo o Comando Vermelho, que tem forte atuação na região.

Modus operandi

Os criminosos atuam de forma rápida e eficiente para não serem descobertos e utilizam equipamentos extremamente tecnológicos. Confira alguns dos métodos:

  • Criminosos utilizavam dispositivos que se conectam ao sistema do veículo e permitem destravar as portas e dar partida no motor sem a chave original;
  • O bloqueador de sinal era utilizado para impedir que alarmes ou rastreadores GPS comunicassem a localização do carro furtado;
  • A organização fazia adulteração nos chassis — momento em que os veículos passavam por modificações para dificultar a identificação e facilitar a revenda ilegal do veículo;
  • Depois de roubados, os veículos eram levados para galpões clandestinos, onde passavam pela adulteração e eram transportados para a fronteira em rotas previamente mapeadas.

Elo com o tráfico de drogas

O diferencial da organização criminosa, supostamente liderada por Francisco Hélio Forte Viana Filho, é a conexão direta com o tráfico internacional. Ou seja, ao invés de revenderem os veículos no Brasil, a organização os utilizava como moeda de troca por drogas, que depois são distribuídas para outras regiões do país.

Segundo as investigações da PCDF, além de fazer parte do núcleo estratégico da organização criminosa, Francisco Hélio seria integrante do Comando Vermelho (CV). A investigação segue em sigilo apurando a conduta dos outros integrantes da organização.

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