Novo aciona comissão de Ética contra alvo da PF por ligação com PCC

O Partido Novo afirmou que vai acionar a Comissão de Ética Partidária para abrir um processo administrativo para apurar o suposto envolvimento de um político filiado à sigla com o PCC.

A medida vem depois de a coluna mostrar que Cláudio Fernando Aguiar foi alvo da Polícia Federal (PF) na operação Emergentes por suspeita de ligação com integrantes da facção criminosa. Ele é filiado ao Novo e foi candidato a prefeito no Guarujá na eleição de 2024.

Segundo o partido, o objetivo do processo administrativo é apurar os fatos e garantir que todas as medidas necessárias sejam adotadas.

“O Novo repudia veementemente qualquer desvio de conduta, prática irregular ou falta de transparência por parte de seus filiados, reafirmando seu compromisso intransigente com a ética, a integridade e as normas internas de compliance”, afirmou o Novo à coluna.

Cláudio também já disputou, em 2018, a eleição para o governo de São Paulo pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e para deputado estadual, em 2022, pelo Partido Liberal (PL).

Ele foi alvo de busca e apreensão, autorizada pela Justiça Federal em Santos. Ele entrou na mira da PF por causa de sua relação com Bruno Calixta, o Boy, integrante do PCC e principal alvo da investigação ao lado de Gabriel Martinez Souza, o Fant.

Fant foi preso em Portugal por meio de uma cooperação jurídica internacional.

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Objetos apreendidos pela PF durante operação em Guarujá

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Objetos apreendidos pela PF durante operação em Guarujá

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Segundo a PF, Cláudio Fernando mantém vínculo próximo com o integrante do PCC e recebeu apoio político na campanha para a Prefeitura em 2024. Os dois se tratam como irmãos nas conversas encontradas pela PF.

Como mostrou a coluna, um áudio usado pela PF para pedir a busca e apreensão contra Cláudio mostra o político de Guarujá afirmando ser “mais bandido” que um homem suspeito de roubar um carro. O áudio foi enviado a Bruno Calixto.

“Brunão, a gente tem que manter ele bem longe, ele não vê a gente como parceiro não, pô! Ele vê a gente como trouxa, porque ele pensa que eu sou boy, que eu nasci na praia, mal sabe ele que a gente é mais bandido que ele 50 vezes”, diz trecho da conversa citado pela PF.

Segundo a PF, o vínculo entre Cláudio e Boy estaria diretamente ligado ao tráfico internacional de drogas.

“Todo o vínculo de Cláudio com Boy, este claramente ligado ao tráfico internacional de drogas e suposto integrante da facção criminosa PCC, traz à baila a possível ligação do candidato com a facção, demonstrando a inserção do crime organizado na política e órgãos públicos da baixada santista”, diz a PF.

Operação Emergentes

A investigação conduzida no âmbito da operação Emergentes, da PF, apura os crimes de organização e associação criminosa para o tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

As informações que desembocaram na Emergentes vieram a partir da análise de materiais apreendidos em outras duas operações, a Sólis e a Morgan. Como o volume de dados era grande e havia muitos investigados, a corporação pediu que a investigação fosse desmembrada.

Foram analisados relatórios de inteligência financeira, dados obtidos por meio da quebra de sigilo telemático e foram realizadas pesquisas em bancos de dados para aprofundar a apuração.

Segundo a PF, foi isso que confirmou “toda a hipótese criminal, demonstrando-se, cabalmente, a existência de um associação, estável e permanente, para o tráfico internacional de drogas e condutas típicas de lavagem de capitais na transação de valores oriundos do tráfico”.

Ainda segundo os agentes, ficou “evidente” que alguns dos investigados integrariam o PCC.

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