Saiba quem são os PMs investigados por integrar milícia em Brasília

Conforme a coluna revelou, a Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (14/3), uma operação sigilosa para investigar a possível participação de policiais militares do Distrito Federal (PMDF) em atividades de milícia. Entre os alvos da ação está o sargento Diego Pereira (foto em destaque), integrante de um grupo tático da corporação, e Gustavo Roma.

A ação também teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT).

Segundo apuração exclusiva da coluna, Diego Pereira e Gustavo Roma foram alvos de um mandado de busca e apreensão. A operação, acompanhada pela corregedoria da PMDF, investiga se os militares viajaram para outro estado, se valendo do cargo para cobrar uma dívida—a conduta pode configurar crime de milícia.

Sargento da Polícia Militar do Distrito Federal, Diego Pereira atua em um grupo tático da PMDF e tem experiência em operações de alto risco. Ainda não há informações sobre sua ficha disciplinar ou possíveis registros de irregularidades anteriores dentro da corporação.

As investigações apontam que ele pode ter utilizado sua posição dentro da PM para práticas ilegais, incluindo coação e intimidação. Caso as suspeitas sejam confirmadas, o militar pode responder criminalmente e administrativamente, podendo até ser expulso da corporação.

O que é milícia?
O crime de milícia ocorre quando grupos organizados, compostos principalmente por agentes de segurança pública ou ex-policiais, utilizam a força e o domínio territorial para obter benefícios ilícitos.

Essas organizações costumam extorquir moradores e comerciantes, oferecer “proteção” mediante pagamento, explorar serviços clandestinos (como transporte ilegal e fornecimento irregular de gás) e, muitas vezes, atuar no tráfico de drogas e na grilagem de terras.

A prática foi tipificada como crime na legislação brasileira por meio da Lei nº 12.720/2012, que alterou o Código Penal para incluir a milícia privada como organização criminosa, com penas severas para seus integrantes.

O outro lado
Por meio de nota, a defesa dos dois policiais, representada pelo advogado Diego Pereira, do escritório Almeida Advogados & Consultores, informou que “os clientes colaboram integralmente com as autoridades competentes e confiam que o devido processo legal esclarecerá osfatos. Destacamos que, até o momento, não há condenação ou comprovação de qualquer irregularidade por parte dos investigados.”

O que diz a PMDF?
Por meio de nota, a PM informou que não comenta assuntos em investigação, mas ressaltou “que não coaduna com desvios de conduta, os quais serão rigorosamente apurados.”

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