Governo da Argentina associa protesto violento de opositores de esquerda a tentativa de golpe de Estado

 

O chefe do Gabinete de Ministros do governo de Javier Milei, Guillermo Francos, afirmou nessa quinta-feira (13), durante uma entrevista concedida a uma rádio local, que o violento protesto promovido por militantes de esquerda na quarta-feira (12), em frente ao Congresso da Argentina, foi “uma espécie de golpe de Estado”.

A manifestação, organizada sob o pretexto de apoio aos aposentados, reuniu sindicatos, torcedores de futebol e grupos sociais, resultando em confrontos com a polícia, 46 feridos e 124 detidos, a maioria já liberada pela Justiça.

“Esta marcha totalmente organizada ao grito de ‘fora todos’, no fim das contas, o que pretende é uma espécie de golpe de Estado”, declarou Francos em entrevista à rádio Mitre. Para ele, os atos fazem parte de uma tentativa de desestabilizar o governo Milei, que está implementando reformas para corrigir “o desastre herdado” pelo kirchnerismo.

A manifestação, que até então ocorria semanalmente com a participação de um pequeno grupo de aposentados, ganhou força na quarta-feira ao atrair milhares de integrantes de torcidas organizadas de futebol.

Para evitar a intensificação da violência, a polícia cercou os arredores do Congresso e, diante da ocupação das ruas pelos manifestantes, usou gás lacrimogêneo e cassetetes para dispersar a multidão. Francos justificou a ação das forças de segurança e acusou os grupos políticos de esquerda de promoverem “a autoinserção da violência e a repressão policial, que é o que corresponde para manter a ordem”.

Francos criticou a decisão da Justiça de liberar a maioria dos detidos. A juíza Karina Andrade, responsável pelo caso, determinou a soltura alegando que os direitos à “liberdade de expressão e à manifestação estavam em jogo”. O ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, reagiu chamando os manifestantes de “criminosos organizados”, acusando-os de cometer delitos “à vista de toda a sociedade”.

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que coordenou a operação policial, também se manifestou contra a decisão judicial. “De maneira alguma aceitamos que uma juíza contravencional de Buenos Aires tenha libertado e afirmado que os violentos que destruíram tudo estavam defendendo direitos”, disse em coletiva de imprensa.

Entretanto, a vice-presidente Victoria Villarruel, que rompeu com Milei, se distanciou do discurso oficial da Casa Rosada e adotou um tom mais cauteloso ao comentar os acontecimentos. Ela afirmou, nessa quinta-feira, que cabe à Justiça se manifestar sobre os eventos e expressou “solidariedade a todos os feridos”, incluindo tanto os manifestantes quanto os agentes das forças de segurança.

“Como advogada, sempre considero que, diante de qualquer fato tão difícil como o que ocorreu ontem às portas do Congresso da Nação, a Justiça deve se pronunciar. Claro que me solidarizo com todos os feridos, tanto aqueles que foram se manifestar quanto, principalmente, os das forças federais, que também colocam seus corpos em risco em situações de muita violência”, declarou Villarruel à imprensa.

Ao ser questionada sobre se a manifestação buscava desestabilizar o governo, a vice-presidente negou categoricamente e se diferenciou da posição oficial.

“Simplesmente, creio que é o exercício da democracia, mas a violência não é uma ferramenta para se manifestar, nem para defender nenhuma causa”, disse.

O governo de Milei tem adotado uma postura firme contra protestos violentos e manifestações organizadas por grupos de esquerda, reafirmando seu compromisso em restaurar a ordem e implementar as reformas econômicas.

Fonte: Gazeta do Povo

 

 

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