Armênia e Azerbaijão avançam em acordo para acabar guerra de 37 anos

Armênia e Azerbaijão avançaram em um acordo de paz, que pode encerrar uma guerra esquecida de quase quatro décadas, após ambos os lados concordarem com o texto. O anúncio foi feito pelos dois governos no último dia 12 de março.

Apesar de o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, afirmar que seu país está pronto para discutir “hora e local” para assinar o documento, ainda não há uma data para a ratificação do acordo.

Isso porque o governo azeri pede que a Armênia passe por uma reforma constitucional, para “eliminar as reivindicações contra a soberania e integridades territorial do Azerbaijão” como pré-requisita para a assinatura do texto.

A barreira imposta por Baku, contudo, é contestada por Ierevan. Segundo o premiê Pashinyan, a Constituição da Armênia não possuí nenhum termo com reivindicações territoriais contra qualquer país.

Guerra de 37 anos

O avanço rumo à paz entre os dois países surge após 37 anos de um conflito que se arrasta desde a década de 1980, com tempos de cessar-fogo e outros de batalhas.

A disputa gira em torno da região de Nagorno-Karabakh, localizada no território do Azerbaijão, ocupada anteriormente por uma maioria de armênios que reivindicam a independência do local.

Em 2020, a guerra pelo controle da região voltou a explodir, após o governo do Azerbaijão iniciar uma nova operação militar contra o território após 26 de tempos de paz. A ofensiva terminou em 2023, quando forças azeris já controlavam boa parte de Nagorno-Karabakh.

Por isso, o texto do acordo de paz estabelece que a Armênia reconheça a soberania do Azerbaijão sobre Nagorno-Karabakh. Em troca disso, o governo azeri deve respeitar as comunidades armênias do local, possibilitando que os mais de 100 mil armênios expulsos da região voltem aos seus lares.

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