China lança novo pacote para estimular consumo e aquecer economia

O Conselho de Estado do governo da China anunciou neste domingo (16/3) que divulgará um novo pacote de medidas com o objetivo de estimular o consumo doméstico e impulsionar a atividade econômica do país.


Entenda o pacote da China

  • Entre as principais medidas, que devem ser oficialmente comunicadas na segunda-feira (17/3), estão uma política de subsídios para cuidados infantis, ampliar a assistência financeira para estudantes, plano para o aumento de renda dos agricultores e redução das taxas de juros dos financiamentos habitacionais subsidiados.
  • De acordo com o regime chinês, o pacote valerá para todas as regiões e estados do país e tem o objetivo de “impulsionar vigorosamente o consumo, expandir a demanda interna em todas as direções e melhorar a capacidade de consumo, aumentando a renda e reduzindo encargos”.
  • As autoridades locais devem, segundo Pequim, “estudar e estabelecer um sistema de subsídio para cuidados infantis”, além de implementar empregos flexíveis e abertura de clínicas ambulatoriais pediátricas à noite.
  • Também serão anunciadas medidas que visam a impulsionar o turismo no país.

Deflação preocupa

O anúncio oficial do pacote está previsto para segunda-feira e será feito por representantes do Ministério das Finanças, do Banco Central e de outros órgãos do governo.

Na última sexta-feira (14/3), já em meio às especulações em torno do anúncio das medidas, as principais ações do mercado financeiro da China fecharam na maior alta em 2 meses.

As medidas de incentivo ao consumo para aquecer a economia vêm sendo uma tônica do regime chinês nos últimos anos, em meio à perda de força do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), se comparado ao patamar de décadas atrás.

Desde a pandemia de Covid, o gigante asiático tem enfrentado dificuldades em alguns setores da economia. As vendas do comércio varejista têm registrado fraco desempenho, enquanto os preços ao consumidor tiveram deflação em fevereiro – pela primeira vez em mais de 1 ano.

Em linhas gerais, chama-se de deflação a queda média de preços de produtos e serviços, que ocorre de forma contínua. Trata-se de uma “inflação negativa” – ou seja, abaixo de zero.

Uma deflação pode ser pontual ou estrutural, o que implica efeitos benéficos ou prejudiciais para a economia de um país, dependendo de suas origens e de sua duração. Em um primeiro momento, a queda de preços é positiva para o consumidor, que vê seu poder de compra aumentar em relação a alguns produtos ou serviços.

Uma deflação mais duradoura, no entanto, pode ser um risco para a economia. Com a expectativa pela queda constante de preços, as pessoas tendem a adiar as compras, o que pode desaquecer o mercado.

É o que se teme que esteja ocorrendo na China. Segundo analistas, o resultado é explicado justamente pela redução das compras por parte da população chinesa.

A queda generalizada de preços pode significar que o poder de compra da população está diminuindo e que os comerciantes e prestadores de serviços estão cortando seus ganhos para tentar aquecer a demanda.

Os dados da China preocupam o mercado porque indicam que o gigante asiático pode ter dificuldades para conseguir cumprir suas metas de crescimento econômico neste e nos próximos anos, o que certamente teria repercussão em escala global.

Veja algumas das principais medidas que devem ser anunciadas

  • Ampliação da variedade de produtos financeiros para investidores individuais.
  • Implementação de medidas para aumentar a renda dos agricultores.
  • Aumento da assistência financeira para alguns estudantes.
  • Aumento da pensão básica para aposentados.
  • Garantia de distribuição integral dos benefícios de desemprego.
  • Ampliação dos serviços e do horário de funcionamento de atrações turísticas.
  • Incentivo à abertura de lojas duty-free.
  • Aumento do suporte a programas de substituição de produtos antigos por novos.
  • Redução das taxas de juros dos financiamentos habitacionais subsidiados.
  • Diminuição gradativa das restrições ao consumo.
  • Aceleração do desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, como veículos autônomos.
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