Após colapso na Bolsa, Natura aprova programa de recompra de ações

O Conselho de Administração da Natura aprovou nesta segunda-feira (17/3) um programa de recompra de até 52,6 milhões de ações ordinárias da companhia.


Entenda

  • O volume representa 3,8% do total emitido e 6,2% das ações em circulação da empresa.
  • Trata-se de uma tentativa de conter a derrocada histórica de 30% dos papéis da Natura no último pregão da semana passada, na sexta-feira (14/3).
  • De acordo com a Natura, o programa de recompra de ações terá duração de 12 meses, começando nesta segunda e tendo como data máxima o dia 17 de março de 2026.
  • A operação será financiada por meio das reservas de capital da Natura.

Recompra de ações

Ainda segundo a Natura, o objetivo da recompra de ações é a geração de valor para os acionistas por meio de uma administração mais eficiente de sua estrutura de capital.

Considerando o preço de fechamento das ações da Natura na última sexta-feira, a empresa terá de desembolsar cerca de R$ 500 milhões no programa de recompra dos papéis.

A recompra de ações é um instrumento utilizado pelas empresas para dar força aos papéis quando eles registram forte baixa. Trata-se, ao fim e ao cabo, de uma tentativa de transmitir ao mercado um sinal de confiança no investimento.

Nesta segunda-feira, por volta das 10h45, as ações da Natura operavam em queda de 2,4%.

O que explica o tombo da Natura

A queda histórica dos papéis da Natura na Bolsa de Valores (B3) foi resultado da reação dos investidores ao balanço divulgado pela companhia, na noite de quinta-feira (13/3).

Os números apresentados ficaram abaixo da expectativa do mercado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi 35% inferior às previsões de analistas.

A Natura &Co, que inclui a Avon, fechou o quarto trimestre de 2024 com prejuízo de R$ 438,5 milhões. Embora negativo, o número representou uma redução de 83,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o rombo foi de R$ 2,6 bilhões.

Os analistas de bancos afirmaram que o desempenho da Natura foi afetado pelo aumento dos custos operacionais. Eles também sofreram impacto dos gastos com a Avon Internacional, que recorreu ao Capítulo 11 (Chapter 11) da legislação norte-americana, uma espécie de recuperação judicial, em agosto do ano passado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.