O núcleo 3 da trama golpista, cuja denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) foi liberada para julgamento pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é composto por 12 militares, entre eles os “kids pretos”, presos desde o ano passado, acusados de tramarem o sequestro e morte de autoridades.
Os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo foram detidos pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Contragolpe, deflagrada em 19 de novembro e que investigou o susposto plano de atentado contra autoridades – “Punhal Verde e Amarelo” -, após as eleições presidenciais de 2022.
Entre as vítimas do plano, conforme a investigação, estariam o próprio Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).
Além dos “kids pretos”, aparece na lista do núcleo 3 o policial federal Wladmir Matos Soares, suspeito de participar e ajudar no planejamento.
Confira quem está no núcleo 3:
- Bernardo Romão Correa Netto;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira;
- Fabrício Moreira de Bastos;
- Hélio Ferreira Lima;
- Márcio Nunes de Resende Júnior;
- Nilton Diniz Rodrigues;
- Rafael Martins de Oliveira;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros; e
- Wladimir Matos Soares.
Denúncia contra o núcleo 3
Moraes liberou, na noite dessa segunda-feira (17/3), a denúncia da PGR contra o núcleo 3 para que seja agendado o julgamento na Primeira Turma do STF. Assim como ocorreu com o núcleo 1, composto por Jair Bolsonaro (PL) e ex-ministros, caberá ao presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, o agendamento da data de análise do caso.
Os ministros que compõem a Primeira Turma do STF vão decidir se os denunciados pela PGR se tornarão réus, passando a responder, portanto, por uma ação penal. O julgamento do núcleo 1 será na próxima semana, no dia 25 de março.
A denúncia relata que os 12 integrantes do núcleo 3 teriam planejado e executado ações táticas com o intuito de promover o golpe de Estado. Um dos atos, por exemplo, teria sido a elaboração de uma carta e de uma campanha pública para pressionar o comando das Forças Armadas a aderir ao plano golpista.
Ao oferecer a denúncia contra 34 suspeitos de envolvimento na suposta trama do golpe, a PGR optou por dividir o caso em quatro núcleos, com o intuito de otimizar a tramitação do processo no Supremo. Os denunciados são acusados pelos seguintes crimes:
- golpe de Estado;
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- organização criminosa armada;
- dano qualificado pela violência; e
- e grave ameaça contra o patrimônio da União.