Para além da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) de manter inalterada a taxa básica de juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano, os analistas do mercado aguardavam “pistas” da autoridade monetária sobre o que pode acontecer nos próximos meses. E elas foram dadas.
O que aconteceu
- A decisão anunciada nesta quinta é a segunda consecutiva na qual a autoridade monetária norte-americana mantém inalterada a taxa de juros.
- Antes das duas últimas reuniões, o Fed tinha levado a cabo um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.
- Desde então, o BC norte-americano sempre deixou claro que era necessário manter a cautela e analisar cuidadosamente os indicadores econômicos para tomar suas decisões de política monetária.
2 cortes de juros em 2025
No comunicado que acompanhou a decisão, o BC dos EUA indicou que deve haver uma redução de 0,5 ponto percentual nos juros básicos até o fim deste ano, em um cenário de desaceleração da economia do país e, eventualmente, de queda da inflação.
De acordo com as projeções apresentadas pelo Fed, a queda dos juros ocorreria em duas reuniões, com redução de 0,25 ponto percentual em cada uma delas.
De acordo com dados divulgados na semana passada, o Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que mede a inflação no país, ficou em 2,8% em fevereiro na base anual (em relação a fevereiro do ano passado), um recuo de 0,2 ponto percentual em relação a janeiro (quando foi de 3%).
Na comparação mensal, em relação ao mês anterior, a inflação norte-americana foi de 0,2%, ante 0,5% em janeiro.
A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano. Embora não esteja nesse patamar, o índice vem se mantendo abaixo de 3% desde julho de 2024.
Inflação e PIB
Para 2025, segundo o Fed, a inflação nos EUA deve ficar em 2,7% – um leve aumento em relação à estimativa anterior, de 2,5%, divulgada em dezembro.
Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os integrantes da autoridade monetária dos EUA também diminuíram suas projeções, de 2,1% para 1,7%.