Acusada de elo com o PCC, UpBus processa Prefeitura por intervenção

São Paulo — Acusada de um suposto elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a empresa de ônibus UpBus está processando a Prefeitura de São Paulo pela intervenção realizada em suas operações. O processo foi publicado no Diário de Justiça dessa quarta-feira (19/3).

A empresa foi submetida à gestão municipal em abril de 2024, após uma investigação do Ministério Público apontar que a UpBus teria sido criada com o objetivo de lavar dinheiro do PCC.


Entenda

  • A Transwolff e a UpBus estão sob intervenção da gestão municipal de São Paulo desde abril de 2023, quando foram acusadas de vínculo com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
  • O dono da Transwolff, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, e o sócio da UpBus, Silvio Luís Ferreira, o Cebola, tiveram mandados de prisão cumpridos durante a operação.
  • Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público, a Transwolff recebeu um aporte de R$ 54 milhões da facção criminosa, obtido com tráfico de drogas e outros delitos, para participar da licitação do transporte público na capital paulista.
  • A Transwolff e a Upbus operam, respectivamente, as linhas de ônibus da zona sul e leste da cidade de São Paulo — e transportam, juntas, 700 mil passageiros.

À época, seus sócios foram acusados de ocultar R$ 20,9 milhões da facção criminosa, obtidos com tráfico de drogas e outros crimes. Em julho de 2024, o presidente afastado da empresa de ônibus, Ubiratan Antonio da Cunha, foi preso pelo crime de lavagem de dinheiro.

Na ação movida contra a Prefeitura, a UpBus questiona o prorrogamento da intervenção e alega ilegalidade na medida. O caso é de responsabilidade do desembargador Carlos Monnerat, do órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, e está sob segredo de justiça.

Em decisão publicada no Diário de Justiça dessa quarta, Monnerat retirou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) como passivo da ação, mantendo somente o secretário executivo de Mobilidade Urbana e Transporte como autoridade responsável pela intervenção.

Em janeiro deste ano, a Prefeitura rompeu o contrato com a UpBus e anunciou que fará a substituição da empresa. A intervenção, contudo, permanece até que sejam firmados novos contratos.

“A equipe técnica e jurídica dará prosseguimento à substituição da Transwolff e da UpBus, apresentando providências necessárias à manutenção do atendimento integral da população”, disse a gestão municipal, em nota do dia 29 de janeiro.

A UpBus opera linhas de ônibus na zona leste da capital paulista. Além dela, a Transwolff, empresa responsável pelo transporte da zona sul, também foi acusada de elo com o PCC e sofreu o mesmo processo de intervenção e rompimento do seu contrato.

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