Comissão na Câmara quer dar voz a planos de Eduardo Bolsonaro nos EUA

Nos Estados Unidos em busca, segundo ele mesmo, de “sanções aos violadores de direitos humanos” no Brasil, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) deve contar com a ajuda da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), da Câmara dos Deputados, em seus planos.


Eduardo Bolsonaro nos EUA

  • O deputado federal Eduardo Bolsonaro se afastou de seu mandato na Câmara dos Deputados para ficar nos EUA.
  • Ele é um dos principais articuladores entre a oposição brasileira e parlamentares dos EUA, críticos a algumas autoridades brasileiras.
  • O principal alvo tanto de parlamentares do Brasil, assim como congressistas norte-americanos, é o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
  • A expectativa da oposição brasileira, e de de Eduardo Bolsonaro (PL), é de que deputados norte-americanos pressionem o governo Trump a aplicar sanções contra Moraes.

É o que revelou o presidente da Creden, deputado federal Filipe Barros (PL) ao Metrópoles. O parlamentar afirmou que espera atender as “expectativas” não só de seu partido, mas também de Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do mandato na Câmara – e acabou abdicando da presidência da comissão – para aumentar a articulação com congressistas dos EUA críticos de autoridades brasileiras.

Do Brasil, Barros afirmou que a Creden deve atuar como uma ponte direta entre parlamentares brasileiros e integrantes do governo Trump. A acusação, até o momento sem provas, de que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) interferiu nas últimas eleições brasileiras deve estar entre os temas prioritários da comissão.

“Nós já estamos buscando essa ponte, esse diálogo com integrantes do governo Trump e também com parlamentares norte-americanos”, revelou Barros sem entrar em detalhes. “Até para nós investigarmos, a fundo, essas denúncias de interferência ilegal e indevida na democracia brasileira”.

Contraponto ao “nanismo diplomático”

Segundo o novo presidente da Creden, a comissão na Câmara ainda pode ainda servir como uma via de interlocução alternativa ao que classificou como “nanismo diplomático do governo Lula” em relação ao governo dos EUA.

Conforme revelado pelo Metrópoles, o governo dos EUA não tem planos para um possível encontro entre Trump e Lula, sinalizando um certo distanciamento nas relações entre Washington e Brasília.

“É natural que não haja qualquer tipo de interesse do governo dos EUA, do presidente Donald Trump, de sentar para conversar com o Lula, uma vez que Lula já o ofendeu, assim como a primeira-dama brasileira, Janja da Silva, já fez ofensas contra Elon Musk, um dos principais secretários de Trump atualmente”, disse o deputado federal.

Creden, Bolsonaro e o governo Trump

A cobiça do Partido Liberal (PL) pela Creden aumentou no último ano, após a eleição de Donald Trump. Para a oposição, a comissão responsável por formular diretrizes sobre relações exteriores e de segurança nacional facilitaria a articulação entre setores da direita brasileira e norte-americana.

Dias após Trump assumir a Casa Branca, apoiadores do Jair Bolsonaro (PL) passaram a enxergar no novo governo dos EUA uma chance de dar voz as suas pautas, e a retórica de perseguição política contra setores conservadores no Brasil. Isso após o ex-presidente ser apontado pela Polícia Federal (PF), assim como pela Procuradoria-Geral da República (PGR), como o líder de uma organização criminosa que tentou realizar um golpe de Estado em 2022.

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