Deserto pode se formar no Nordeste do Brasil

Existe uma área do Nordeste do Brasil que pode se transformar em um deserto. A região, que conta com cerca de 5,7 mil km², contempla cinco municípios do nordeste da Bahia: Rodelas, Juazeiro, Abaré, Chorrochó e Macururé. Trata-se de uma consequência da mudança de clima — de semiárido para árido.

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A identificação dessa primeira região árida do Brasil ficou por conta de pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que analisaram minuciosamente os dados climáticos de todo o país.

De acordo com a análise conduzida pelo Cemaden, há uma relação direta entre o aquecimento global e a mudança no clima do país. O resultado: aumento das temperaturas, déficit hídrico e secas mais severas.


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Deserto brasileiro

Por enquanto, ainda não é correto chamar a região de deserto. Para alcançar essa classificação, o clima teria que ser ainda mais seco, hiperárido. Mas em questão de tempo, isso pode mudar. Segundo o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), 85% do semiárido brasileiro está passando por um processo de desertificação.

O que é desertificação?

O processo de desertificação acontece por alguns fatores específicos, como a perda da fertilidade do solo e da biodiversidade. Os especialistas da área também ressaltam que a desertificação da região, é impulsionada pelo desmatamento.

O processo de desertificação pode ter consequências como a terra improdutiva (Imagem: Wolfgang Hasselmann/Unsplash)

A consequência da região se tornar um deserto é que a terra ficaria improdutiva, o que por sua vez também inviabilizaria a agropecuária.

Aridez no Brasil

De acordo com o Cemaden, a área classificada como semiárida aumenta cada vez mais. Já chegou, por exemplo, aos estados do Piauí, Bahia e Minas Gerais, a uma velocidade que eles calcularam como 75 mil km² por década.

A organizaçã também avaliou a aridez de outros estados brasileiros. Com isso, foi possível ver que uma mudança de clima se apodera do Centro-Oeste e da Amazônia, tornando mais seco.

“Por meio do índice de aridez é possível identificar, localizar ou delimitar regiões com variável déficit de água disponível, condição que pode afetar severamente o uso efetivo da terra para atividades como agricultura ou pecuária, que favorece a ocorrência de queimadas, e que no longo prazo podem levar à desertificação quando associado a uso não sustentável do solo”, diz um relatório publicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.

Por sua vez, o Ministério do Meio Ambiente anunciou a intenção de lançar ainda neste ano um novo plano de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca, justamente tendo em vista essa questão do deserto que pode se formar no Nordeste do Brasil.

Leia a matéria no Canaltech.

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