James Webb | Cientista faz uso criativo e “errado” de telescópio de propósito

Astrônomos conseguiram novas fotos dos planetas nos sistemas estelares HR 8799 e 51 Eridani com a ajuda do telescópio James Webb e muita criatividade. É o que explicou William Balmer, autor que liderou o novo estudo que promete ajudar os cientistas a entenderem melhor os exoplanetas, ou seja, os mundos fora do Sistema Solar

  • Como funcionam os telescópios espaciais? Conheça os mais importantes
  • As 10 fotos mais incríveis que o telescópio espacial Hubble tirou

Capturar imagens diretas de exoplanetas distantes não é nada fácil por uma série de motivos. Primeiro, os telescópios têm dificuldade para diferenciar a luz destes mundos daquela emitida por suas estrelas, e como muitos dos exoplanetas estão bem longe, a capacidade de observá-los com nitidez fica ainda mais limitada. 

É aqui que entra o James Webb, o maior e mais poderoso telescópio espacial já lançado. O observatório conta com um grande espelho e instrumentos de alta sensibilidade, que permitem capturar as emissões mais fracas no infravermelho médio vindas de exoplanetas distantes. 


Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Exoplaneta Eridani 51 b observado pelo telescópio James Webb (Reprodução/NASA, ESA, CSA, STScI, W. Balmer (JHU), L. Pueyo (STScI), M. Perrin (STScI))

Pensando nisso, Balmer e seus colegas usaram os coronógrafos do James Webb de uma forma diferente. Coronógrafos são instrumentos criados para bloquear a luz de alguma estrela e, assim, revelar o que há ao por perto. No caso do Webb, o componente permite a captura de imagens de exoplanetas no infravermelho próximo e médio. 

Se o coronógrafo bloquear luz demais, ele pode ocultar a luz da estrela e qualquer mundo que existir por lá. “Eu brinco que, para esse artigo, nós usamos os coronógrafos ‘errado’, mas o que fizemos foi usar uma parte bem fina da máscara do coronógrafo que permitiu que mais luz estelar fosse difratada ou vazasse pelas bordas do instrumento”, explicou. 

Para isso, a equipe ajustou as máscaras do coronógrafo para definir quanta luz seria bloqueada e, assim, maximizar a visibilidade planetária. “Contamos com a estabilidade do JWST, [primeiro] observando nossos alvos [e depois obtendo imagens] de estrelas semelhantes sem planetas conhecidos para comparação”, explicou. 

Ao remover essas imagens de referência das imagens dos alvos, a equipe se livrou d a luz da estrela e isolou os sinais fracos dos planetas. “Como [o JWST] é muito estável, as diferenças entre as imagens de referência e as imagens-alvo são menores do que a luz dos planetas ao redor de nossos alvos [o que nos permite detectá-los com mais clareza]”, concluiu o autor.

Leia também:

  • James Webb: o que o maior telescópio da NASA já descobriu sobre o universo
  • Exoplanetas mortais: conheça 5 mundos que seriam fatais para o ser humano

Vídeo: Os telescópios mais incríveis do espaço

 

Leia a matéria no Canaltech.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.