A tortura de chineses em 64 e a relação da China com o Brasil

Na madrugada do dia 3 de abril de 1964, três dias depois do golpe militar no Brasil, nove chineses foram presos e torturados no Rio de Janeiro acusados de tramarem uma revolução comunista no país. O caso é uma rusga na relação entre os dois países até hoje porque, apesar de Dilma Rousseff ter aprovado a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, em 2015, para os nove chineses, a honraria nunca foi entregue.

A história é contada em “O caso dos nove chineses”, livro dos jornalistas Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo, que terá a segunda edição lançada pela editora Objetiva nesta sexta-feira às 18h na Travessa do Leblon, no Rio de Janeiro.

A primeira edição foi lançada em 2014 e foi nela que o caso dos chineses torturados por militares foi revelado.

Agora, em 2024, Guedes e Melo contam que, em outubro de 2015, Dilma aprovou a concessão da maior honraria brasileira para os nove chineses, mas que, devido ao momento político conturbado, a medalha nunca foi entregue. Em maio de 2021, os jornalistas foram informados pelo Itamaraty que as medalhas seriam entregues, mas o órgão não informou um prazo.

Dois anos depois, em 2023, novamente provocado pelos jornalistas, o Itamaraty disse que enviou as medalhas pelos correios. Entretanto, o único vivo do grupo, e o mais torturado na época da prisão, o jornalista Ju Qindong se recusou a receber a homenagem pelos correios.

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