Segundo um novo estudo feito pela Deloitte no último mês de março, os hábitos de consumo de mídia passam por uma transformação profunda, principalmente entre os mais jovens. A Digital Media Trends Survey 2025 revela que a Geração Z e os Millennials estão deixando de lado a televisão tradicional e o cinema para investir seu tempo em conteúdos curtos e personalizados, criados por influenciadores nas redes sociais como TikTok, Instagram e YouTube.
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De acordo com o levantamento, 56% dos jovens da Geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) e 49% dos Millennials (1981 a 1996) afirmam que os vídeos em redes sociais são mais relevantes do que os conteúdos da TV ou do cinema. Um destaque fica para a senação de uma conexão mais verdadeira com os influenciadores digitais do que com celebridades tradicionais. Como diz o relatório: “A competição não é apenas entre plataformas de streaming — a verdadeira ameaça vem das plataformas de vídeo social, hiperescaláveis e altamente financiadas.”
Consumo de mídia nos EUA e no Brasil
Nos Estados Unidos, o tempo médio diário dedicado à mídia gira em torno de 6 horas. No entanto, os jovens priorizam de forma diferente: a Geração Z dedica cerca de 84 minutos por dia às redes sociais, em comparação com apenas 48 minutos à TV linear. Entre os Millennials, o padrão se repete, com 66 minutos para redes e apenas 54 para a TV. Embora esses dados sejam norte-americanos, eles refletem uma realidade cada vez mais visível no Brasil.
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Por aqui, o cenário é semelhante. Plataformas como TikTok e YouTube dominam o tempo e a atenção do público jovem. Segundo dados recentes da Kantar Ibope, a Netflix — que tem 4,3% de participação na audiência total — já ultrapassou todos os outros serviços de streaming pagos, ficando atrás apenas de TikTok (4,5%) e YouTube (19,4%).
Insatisfações com o streaming
O estudo também aponta um desgaste no modelo tradicional de streaming. Cerca de 41% dos consumidores consideram os serviços caros e 47% acham que gastam demais com assinaturas. O custo médio mensal subiu de US$ 61 para US$ 69, o que pressiona o orçamento, especialmente dos jovens.
Para se manterem relevantes, estúdios e canais tradicionais se deparam com o desafio de adotar estratégias mais flexíveis: investir em formatos curtos, parcerias com influenciadores e tecnologias. Afinal, como destaca o relatório, “o futuro do entretenimento será moldado por quem melhor entender e atender às expectativas das novas gerações”.
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