Goiânia – Seis pessoas foram presas nesta quarta-feira (9/4), no âmbito da Operação Jogada Marcada, deflagrada pela Polícia Civil de Goiás, que investiga a manipulação de jogos de futebol na Série D do Campeonato Brasileiro de Futebol do ano de 2023. De acordo com a corporação, entre os detidos estão um ex-árbitro e dois ex-jogadores, já aposentados.
O ex-árbitro é D’Guerro Batista Xavier, de 46 anos, preso em João Pessoa. Já os ex-jogadores não tiveram as identidades reveladas.
Ainda conforme a PCGO, o ex-presidente de um clube no Ceará também foi preso, além de dois aliciadores, que eram as pessoas que faziam os contatos entre os investidores, interessados em manipular os jogos, com os atletas ou dirigentes.
Investigação
De acordo com o delegado Eduardo Gomes, responsável pela apuração do caso, a investigação começou após o presidente do Goianésia Esporte Clube procurar a polícia e informar que havia sido procurado por um investidor, por meio de aplicativos de troca de mensagens, para que participasse do esquema de manipulação.
O interesse do homem era investir no time. No entanto, a contrapartida seria a cessão de resultados, que seriam definidos pelo próprio investidor visando as apostas.
Conforme o delegado, só a oferta de valores para a alteração dos jogos já é considerada crime, conforme o Estatuto do Torcedor. A partir disso, iniciou-se uma investigação na tentativa de identificar a rede criminosa que foi delimitada em três núcleos: financiadores, aliciadores e atletas.
Ainda de acordo com Gomes, até o momento não foi identificado nenhum jogo em Goiás, na temporada em questão, cujos jogos foram manipulados.
Operação Jogada Marcada
Além de Goiás, a operação foi deflagrada nos estados da Paraíba, Ceará, Maranhão, Espírito Santo e Pernambuco.
Segundo o delegado, o ex-presidente de clube preso dirigiu um time que teria perdido todos os jogos que disputou na temporada e foi banido do campeonato de forma administrativa. “Agora, a fruade foi comprovada também de forma criminal”, afirmou Gomes.
Ainda de acordo com ele, os valores pagos aos envolvidos eram relativos e proporcionais. O ex-presidente do time do Ceará, por exemplo, recebeu na época cerca de R$ 200 mil. Porém, a movimentação total chega a R$ 11 milhões.
O investigador aponta ainda que há suspeita de partidas manipuladas em torneios sub20 no Rio de Janeiro e que foi comprovado o contato de um dos investigados, que transferiu dinheiro para um jogador que, atualmente, está na Europa. “A intenção é que todos sejam identificados a partir das novas apreensões”, finalizou Eduardo Gomes.