Novo Grupo Wagner é enviado pela Rússia a país africano. Saiba qual

A junta militar que governa o Níger anunciou, nessa quinta-feira (11/4), a chegada de militares da Rússia, que já está sendo chamado de novo Grupo Wagner, para treinamento do exército local e a instalação de um sistema de defesa aéreo no país. A informação foi divulgada pela TV estatal RTN.

Moscou revelou que os militares que chegaram ao Níger fazem parte do Africa Corps, uma reinvenção do Grupo Wagner após a morte do antigo líder dos mercenários, Yevgeny Prigozhin, em agosto de 2023.

“O África Corps estará neste momento aqui estabelecendo relações, bem como a formação e treino conjunto do exército do Níger. Trouxemos conosco a base educacional e material para a formação de vários especialistas. Temos muita experiência na luta contra o terrorismo. E estamos aqui para transferir esta experiência aos nossos amigos”, disse um dos militares à agência estatal russa RIA Novosti durante o desembarque no país africano.

A chegada dos militares no país localizado na região do Sahel acontece após a recente aproximação entre Níger e Rússia, que aumentou sua influência na África após uma série de golpes de Estado derrubarem governos antes alinhados com o Ocidente.

No fim de março, Vladimir Putin conversou com Abdourahamane Tiani, nomeado pela junta militar como o novo líder do Níger, onde os dois concordaram em estreitar laços aumentar a cooperação entre Niamei e Moscou.

Anteriormente, o governo do Níger anunciou o fim da parceria militar com os Estados Unidos que permitia a cooperação entre o exército local e funcionários de Washington no combate a grupo terroristas na região.

Africa Corps, o novo nome do Grupo Wagner

O grupo, sob comando do Ministério da Defesa da Rússia, apareceu publicamente em janeiro deste ano durante a chegada de 100 militares em Burkina Faso em um acordo semelhante ao firmado com o governo do Níger.

Acredita-se que a unidade paramilitar seja composta majoritariamente por mercenários que antes prestavam serviços para o Grupo Wagner, que antes da morte de Prigozhin intensificou sua presença – e consequentemente da Rússia – na África.

Apesar de o Kremlin nunca ter admitido o financiamento aos mercenários liderados por Prigozhin, o exército privado serviu aos interesses da Rússia em diversas regiões do mundo, como na guerra da Síria e mais recentemente na Ucrânia.

Além da mudança de nome, a repaginação do Grupo Wagner tirou o status de empresa privada e passou o controle da unidade paramilitar diretamente para o governo de Vladimir Putin.

Assim como o Grupo Wagner, que trazia no nome uma referência direta ao compositor favorito de Adolf Hitler, Richard Wagner, o Africa Corps também faz alusão ao nazismo. Após a repaginação, o novo título do grupo lembra o Afrika Korps, destacamento da Alemanha nazista que atuou na África durante a Segunda Guerra Mundial.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.