Anunciado pelo governo na quinta-feira (10/4) como novo ministro das Comunicações, o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) pediu um prazo a Lula para assumir o cargo.
O petista convidou o parlamentar para assumir a pasta durante reunião na noite da quinta no Palácio da Alvorada. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também participou do encontro.
Na conversa, Pedro Lucas pediu a Lula 10 dias para assumir o cargo de fato. Segundo aliados, o deputado solicitou o prazo para tentar construir seu sucessor na liderança do União Brasil na Câmara.
O deputado maranhense assumiu como líder da bancada no início de 2025 e vem articulando, nos bastidores, para emplacar um parlamentar de seu grupo dentro do partido como seu sucessor na liderança.
O nome de Pedro Lucas foi indicado pelo União Brasil na terça-feira (8/4) para substituir Juscelino Filho (União-MA), que pediu demissão do Ministério das Comunicações após ser denunciado pela PGR.
A indicação foi feita por Alcolumbre a Lula durante conversa por telefone na tarde da terça-feira. Já na ligação, o presidente da República sinalizou positivamente com a indicação.
Desde que pediu demissão e que o nome de Pedro Lucas passou a ser cogitado como ministro, Juscelino começou a trabalhar nos bastidores para virar líder do União Brasil no lugar do colega.
Ministro cogitou recusar convite de Lula
O movimento, contudo, irritou Pedro Lucas e parte da cúpula do União Brasil. Embora sejam do mesmo partido e do mesmo estado, o Maranhão, Juscelino e Pedro Lucas são rivais.
Diante do movimento do agora ex-ministro, o líder do União Brasil teve uma série de conversas com o presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, para discutir sua sucessão na liderança.
Na quinta-feira (10/4), Pedro Lucas chegou a cogitar não aceitar o ministro, temendo não conseguir emplacar seu sucessor na liderança. Rueda, inclusive, chegou a comunicar a possibilidade a outros caciques do Centrão.
Durante a conversa com Lula, no entanto, Pedro Lucas mudou de opinião, aceitou o convite e pediu o prazo ao presidente para assumir. A aliados, o parlamentar disse que não teve como dizer não a Lula.