Na Guiana, Lula fala em desigualdade e volta a mencionar Gaza

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou, nesta quarta-feira (28/2), novamente sobre a guerra na Faixa de Gaza. No discurso em Georgetown, capital da Guiana, o chefe do Executivo também apontou a desigualdade em diversos países e a iniciativa brasileira, à frente do G20, de criar uma aliança pelo combate à fome e pobreza.

“O genocídio na Faixa de Gaza afeta toda a humanidade, porque questiona o nosso senso de humanidade e confirma, uma vez mais, a opção preferencial pelos gastos militares em vez do combate à fome na Palestina, na África, na América do Sul e no Caribe”, disse. Na sexta-feira (23/2), o presidente havia reforçado a investida de Israel em Gaza como “genocídio” e não uma “guerra” contra o Hamas.

“Não é possível que o mundo gaste US$ 2,2 trilhões por ano em armas. Todos sabemos, guerras provocam destruição, sofrimento e mortes, sobretudo de civis e inocentes. O Brasil vai continuar lutando pela paz mundial. A guerra na distante Ucrânia afeta todo o planeta, porque aumenta o preço da comida e dos fertilizantes”, afirmou.

Lula também se comprometeu a fazer mais pela Caricom, a Comunidade do Caribe. “Sabemos dos principais problemas que atingem a região: a insegurança alimentar, que ameaça metade da população caribenha, e a mudança do clima. Quero ressaltar que esses dois problemas estão no centro dos debates internacionais e tem a mesma raiz: a desigualdade”.

O presidente, então, convidou os membros da Caricom a se juntarem ao esforço brasileiro no G20 pelo fim da fome e da pobreza, e discursou por uma nova governança global. Na prática, isso significaria maior influência e relevância dos países do Sul Global, como o Brasil, a Índia e nações caribenhas.

“Brasil e Caricom estão lado a lado na defesa de uma governança global mais justa. Não é mera coincidência que nas votações de Assembleia Geral da ONU [Organização das Nações Unidas] a convergência chega a 80%”.

Meio ambiente

Além disso, o petista trouxe à tona as mudanças climáticas e chamou a criação do fundo de perdas e danos na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) de 2023 foi “uma conquista histórica, mas a luta não terminará enquanto não houver mais fundos de adaptação e da agenda de 2030 como um todo”.

Lula se colocou como anfitrião da COP30, que será sediada em Belém em 2025, e, dessa forma, busca “trabalhar com os pequenos Estados em desenvolvimento”.

O presidente ainda anunciou que o Brasil, junto à Caricom, fecharam um acordo para fortalecer as respostas emergenciais em desastres provocados pelas mudanças do clima, já que ambos estão “vulneráveis a eventos climáticos extremos”.

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