O fóssil de uma mandíbula encontrada em Taiwan, num local costeiro chamado Penghu, revelou ser de uma espécie humana extinta — um denisovano. Cientistas já haviam tentado sequenciar o genoma dos dentes, mas sem sucesso. O que garantiu a descoberta foi a presença de duas proteínas exclusivas da espécie, ainda alojadas entre os ossos.
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Os responsáveis pela pesquisa são da Universidade Graduada para Estudos Avançados (SOKENDAI), Universidade de Copenhagem e Museu Nacional de Ciência Natural de Taiwan. O achado da mandíbula, que ainda retém cinco dentes do extinto hominídeo, foi em 2015.
Enigmas denisovanos
As proteínas do esmalte dos dentes do denisovano, além de revelar sua espécie, também tinham o cromossomo Y, indicando ter se tratado de um denisovano masculino. Datar o espécime, no entanto, é difícil, já que métodos como a datação por carbono não puderam ser usados. Duas janelas foram determinadas — o fóssil tem entre 10.000 e 70.000 anos ou 130.000 a 190.000 anos.
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No caso de ter a idade da primeira estimativa, seria o fóssil de denisovano mais recente já encontrado pela ciência. A trajetória dos restos é curiosa, já que foram retirados do leito marinho junto a fragmentos de animais por barcos de pesca comercial no Canal de Penghu. Os ossos acabaram em uma loja de antiguidades taiwanesa até serem comprados, em 2008, e posteriormente doados a um museu no país.
A presença dos restos de animais foi o que permitiu estabelecer a provável datação do fóssil denisovano. Pouco foi descoberto sobre a espécie até agora, com ossos só tendo sido achados em Penghu, na Caverna de Denisova, na Rússia, e na Caverna de Baishiya Karst, no Platô Tibetano. O achado mais recente mostra que a espécie ocupou diversos territórios diferentes no leste eurasiano, incluindo ambientes quentes e úmidos como os de Taiwan.
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