HÁ 20 ANOS – As promessas dos presidentes e a insegurança pública

09:46

Como é curta a memória coletiva – e a mídia tem culpa no cartório.
O ministro da Justiça disse que “se circunstâncias concretas” assim o indicarem, o Exército poderá ser empregado para combater a violência do tráfico de drogas no Rio.

Antecessores dele disseram o mesmo.

Não sei se a solução passa por aí – sequer se inclui o emprego do Exército. Desconfio que não porque o Exército não tem aptidão para uma tarefa dessas.

Sei que o problema só se agrava e que todas as autoridades, a cada surto de violência, dizem a mesma coisa.

Combate à violência foi um dos cinco dedos da mão espalmada por FHC em sua campanha presidencial de 94.

Não deu em nada. O dedo foi amputado.

Lula foi eleito prometendo combater a violência. Nada de relevante fez até hoje.

Promover passeatas pela paz no Rio é perda de tempo.
Pôr a polícia em massa no morro conflagrado da vez é ação necessária, mas pontual. Ela não ficará ali pelo resto da vida. Sairá e tudo voltará a ser como era antes.

Há uma guerra civil neste país e o epicentro está no Rio. Ali é o nosso Iraque.

22:55

O ministro José Viegas, da Defesa, acabou de me dizer por telefone: “Exército não é polícia. Considero inadequado o emprego do Exército em missão policial. Isso só ocorrerá em último caso”.

Faz parte do modo de operar das Forças Armadas o uso da força bruta em caso de conflitos. Elas entram em cena para decidir – não para contemporizar. Daí o receio do ministro de se valer delas.

Nem por isso ele descarta a hipótese de pôr o Exército nas ruas do Rio. Mas sob o comando dele, sob as condições ditadas pelos comandantes militares e se isso de fato se tornar indispensável.

No momento, o ministro não vê necessidade. Acha que a tensão diminuiu na Rocinha e em suas vizinhanças e espera que não volte a subir.

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