Brasília – Caio Fábio, pastor e psicanalista conhecido por seu tom crítico, voltou a causar repercussão ao atacar o retiro evangélico Legendários, voltado apenas para homens. O evento cobra até R$ 81 mil por participante, promete transformação espiritual e acontece em uma Área de Proteção Ambiental (APA), com desafios físicos e reflexões religiosas.
Em publicações nas redes sociais, Caio Fábio classificou a proposta como uma “performance de dominação” travestida de espiritualidade. Para ele, o alto custo e a estética militarizada do encontro representam alienação e distanciamento das reais necessidades das famílias.
Retiro de luxo com estética militarizada
O Legendários vende a ideia de superação espiritual por meio de provas físicas intensas e práticas ao ar livre. No entanto, o pastor afirma que o evento se baseia em estereótipos de masculinidade ultrapassados.
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Segundo ele, o programa valoriza símbolos de poder e controle, como bandeiras de Israel, gritos de guerra e uma linguagem voltada à disciplina militar. Para Caio Fábio, isso reforça comportamentos tóxicos e ignora princípios centrais do evangelho.
Espiritualidade não se vende, diz pastor
O custo de até R$ 81 mil chamou atenção e gerou indignação. Para o líder religioso, esse tipo de experiência desconecta-se da verdadeira espiritualidade.
“A espiritualidade não se compra com dinheiro, tampouco se alcança com exercícios de resistência ou rituais de poder”, escreveu o pastor.
Ele destacou que a formação de um homem de fé se dá no cotidiano, com exemplos de empatia, generosidade e convivência saudável.
Críticas à masculinidade vendida
Para Caio Fábio, o evento encobre discursos autoritários com aparência religiosa. Ele vê no retiro uma tentativa de promover um modelo masculino baseado em dominação e repressão emocional.
“É um curso de dominação sobre fêmeas servas e alienadas. Affff. Que feio!”, disse em uma das publicações.
Silêncio dos organizadores
Até o momento, os responsáveis pelo Legendários não se pronunciaram sobre as críticas. Apesar disso, o debate nas redes sociais reacendeu discussões sobre os papéis de gênero promovidos em espaços religiosos.
Caminhos opostos na fé cristã
Enquanto parte das igrejas evangélicas defende um homem forte, líder e protetor, Caio Fábio propõe outro modelo. Para ele, ser homem é ter sensibilidade, amor ao próximo e equilíbrio emocional.
“Aprendemos a ser homens vendo um pai tratar bem a mãe, sendo humanos, generosos, e não subindo montanhas para dominar alguém”, concluiu o pastor.
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