Com programação ampliada, novos espaços e atrativos para todas as idades, a edição 2025 da Feira de Caxixis foi marcada por momentos singulares, grande adesão da população, movimento exponencial da economia local e regional, com recorde de público, reunindo mais de 100 mil visitantes, segundo a Polícia Militar, com média de 30 mil pessoas por dia, entre baianos e turistas, do dia 17 a 20 de abril, na cidade de Nazaré, no Recôncavo Baiano. A feira quase tricentenária que acontece anualmente no período da Semana Santa, teve ainda um sabor especial para os artistas da terra, que pela primeira vez se apresentaram, junto às atrações regionais e nacionais, nos dois palcos principais da festa.
Conhecida por reunir o melhor do artesanato criativo de cerâmica do Recôncavo, sobretudo de Maragogipinho, a Feira de Caxixis deste ano contou também com novos espaços, como as feiras AfroBahia, iniciativa da Secretaria da Promoção da Igualdade Social (Sepromi); de Economia Solidária do Recôncavo – Cesol; de Artesanato da Bahia, sob a Coordenação de Fomento ao Artesanato da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre); e de Agricultura Familiar, além da feira dos Oleiros de Maragogipinho, com mais de 200 artesãos reunidos, totalizando mais de 400 artesãos participantes de quinta a domingo.
Reconhecida como a maior feira de artesanato ao ar livre da América Latina e uma das principais expressões da cultura popular baiana, a Feira de Caxixis foi realizada pela Prefeitura de Nazaré, sob a gestão do prefeito Benon Cardoso e com a liderança da secretária municipal de cultura, Márcia Valéria, com o apoio do Governo do Estado.
Com atrações musicais de peso, que tocaram em três palcos oficiais na Arena Caxixis e na Arena Rio Jaguaripe, a edição deste ano levou para o público shows gratuitos de nomes como Jorge Vercillo, Diego Morais, Xandy Harmonia, Filhos de Jorge, Miriam Nascimento, Timbalada, Silvano Salles, Robyssão, Jau, Viola de 12, Toque Dez, Solange Almeida e Tayrone. Porém, o principal atrativo da festa foi mesmo a cerâmica de Maragogipinho, celebrada por sua forte influência afro-indígena e muito disputada por pessoas apaixonadas pelo artesanato, como o produtor Claudio Sales Junior, que fez questão de levar uma lembrança para cada membro da família, além de ressaltar a experiência global da festa: “Que programação diferenciada! Vim visitar a feira com o intuito inicial de comprar alguns objetos de artesanato para enfeitar a casa e estou voltando para Salvador com uma bagagem cultural renovada. Assisti palestras incríveis, vi alguns shows musicais com os artistas parabenizando a gestão da feira e também conversei com alguns artesãos de Maragogipinho e também de Nazaré, que elogiaram a organização deste ano, muito satisfeitos com as mudanças realizadas na estruturação física e geográfica da festa. Vim passear, mas saio daqui renovado também como produtor, por tantos aprendizados”, conta Cláudio.
Durante a programação oficial, a Feira também contou, na sexta 18, com a encenação da Paixão de Cristo. Segundo registros históricos e relatos populares, a Feira de Caxixis surgiu a partir do trabalho de um oleiro da Vila de Maragogipinho chamado Patrício, que navegou pelo rio Jaguaripe com uma canoa, levando peças artesanais de barro — conhecidas como “louça miúda” — para vendê-las na cidade de Nazaré.
A partir da sua experiência, outros artesãos passaram a repetir o feito, e assim foram construídos mais de 200 anos de história, paixão e tradição. Nome dado a miniaturas de louças, medindo entre 2 cm a 8 cm, os caxixis foram se sofisticando e ganhando outros tamanhos com o passar dos anos, mas o nome da feira foi mantido, consolidando A Feira de Caxixis como a mais antiga feira de cerâmica do País, com reconhecimento internacional e forte vocação para se tornar patrimônio cultural, especialmente reconhecido como patrimônio imaterial, devido à sua longa história, importância cultural e econômica para a região.
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