O capitão Sérgio Pimentel, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), pediu medidas protetivas e alegou se sentir intimidado pelo sargento Sérgio Prado, da mesma corporação. O pedido do oficial foi feito após o praça levar o superior à Corregedoria por supostamente tentar intimidar colegas de farda e dar carteirada em PMs que faziam patrulhamento em frente à loja da família do oficial, na Cidade do Automóvel.
O caso foi gravado em 19 de abril deste ano e veio à tona nessa quinta-feira (24/4). O policial disse à Corregedoria que estaria sofrendo perseguição por parte do sargento e que teme pelo que pode acontecer com ele e sua esposa. Ele acrescentou que se sentiu intimidado pelo praça.
Assista ao vídeo do ocorrido:
As imagens mostram o sargento pedindo para que o capitão apresentasse a identidade funcional. Pimentel não estaria com a documentação e apresenta apenas a carteira de habilitação digital. “CNH?”, indagou Prado quando o oficial diz que vai apresentar o documento.
“Olha, se você for policial era para ter vergonha. Sério mesmo. Eu teria vergonha de dizer que é policial, ameaçar outro policial, não ter a identidade funcional; sendo que é obrigado andar com a funcional”, completou o sargento em seguida.
O vídeo tem apenas 1 minuto e 10 segundos e não aparece a resposta do capitão, que ficou abrindo a CNH no celular durante a abordagem do colega. À Corregedoria, Pimentel disse que não estaria com a sua funcional por não estar armado no momento.
No depoimento, o sargento, por sua vez, disse que Pimentel ficava encarando e gesticulando para os policiais enquanto eles faziam o patrulhamento no local. Ele alegou que deu voz de prisão ao capitão após ele ameaçar um dos soldados da patrulha.
Os depoimentos dos demais soldados são na mesma linha e dizem ainda que o oficial não tinha se identificado como capitão, apenas como policial.
A funcionária da loja da família do capitão também prestou depoimento. Ela disse que é rotineiro viaturas da PMDF passarem de forma “intimidadora” pelo local.
O caso é investigado na Corregedoria da Polícia Militar do DF.
Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal informou que abordou um cidadão que se identificou como policial militar, mas não apresentou de imediato documento funcional. “Diante da situação, o oficial CPU [Comando de Policiamento Urbano] foi acionado e todas as partes foram conduzidas à Corregedoria da PMDF para registro e esclarecimento, conforme previsto em protocolo da corporação”.
“A PMDF reitera o compromisso com a transparência, a legalidade e o respeito a todos os seus integrantes, assegurando que os procedimentos seguirão os trâmites institucionais adequados”, concluiu a nota.