Após o líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas (MA), recusar o convite de Lula para assumir o Ministério das Comunicações, aliados do parlamentar tentam explicar, nos bastidores, o motivo da decisão.
A principal explicação é a proximidade entre o União e o PP, partido do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (AL) e comandado pelo ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, senador Ciro Nogueira (PI), em um acordo para formação de uma federação partidária.
A justificativa, segundo interlocutores de Pedro Lucas, é que o deputado pode assumir a liderança da futura federação na Câmara. Com isso, ele teria sob seu comando a maior bancada da Casa, com 107 deputados.
Além disso, o próprio presidente do União, Antônio Rueda, teria interesse em manter Pedro Lucas na Câmara, por considerá-lo uma pessoa de confiança para conduzir as conversas com o Progressistas sobre a federação.
Como mostrou o Metrópoles, ainda na noite de terça-feira (22/4), Pedro Lucas divulgou uma nota oficial pedindo desculpas a Lula e se explicando.
“Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida”, escreveu o deputado.
Novo ministro
Após a recusa de Pedro Lucas, lideranças do União Brasil se reuniram para definir os próximos passos. A decisão sobre a indicação de um novo nome ficou nas mãos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
Em reunião na noite de quarta-feira (23/4), o presidente Lula aceitou a indicação de Frederico de Siqueira Filho, atual presidente da Telebras, para o comando do Ministério das Comunicações.