Apesar da torcida do mercado e de indicações recentes de parte a parte de que pode haver um acordo entre Estados Unidos e China em torno da redução das tarifas comerciais, o regime de Pequim informou nesta quinta-feira (24/4) que não há nenhuma negociação em andamento entre as duas maiores potências econômicas do mundo.
“São informações falsas”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, ao comentar a possibilidade de um acordo com o governo do presidente norte-americano Donald Trump.
“China e Estados Unidos não se consultaram nem negociaram sobre a questão tarifária, menos ainda alcançaram um acordo”, completou Jiakun.
Em outra entrevista, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, também negou que haja qualquer acordo.
“Não há negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA. Quaisquer alegações sobre o progresso das negociações econômicas e comerciais são infundadas e não têm base factual”, disse.
Ainda segundo Yadong, “a guerra comercial foi provocada de forma gratuita e unilateral” e “a China pede que os EUA retornem ao caminho de diálogo e consulta”.
As declarações desta quinta-feira jogam um balde de água fria nas expectativas do mercado sobre um possível acordo.
Na véspera, o próprio Guo Jiakun havia afirmado que Pequim estava disposta a chegar a um acordo sobre as tarifas comerciais. “A China já disse anteriormente que, em uma guerra comercial e de tarifas, não há vencedores. A porta para conversar com os EUA está escancarada”, disse o porta-voz do governo de Xi Jinping.
Nessa terça-feira (22/4), Donald Trump amenizou o discurso e abriu brecha para um possível acordo com o país asiático.
“[Uma tarifa] De 145% é muito alta, não será tudo isso. Será reduzida substancialmente. Não será zero”, afirmou o presidente dos EUA.