Carta de sobrevivente do Titanic é vendida por mais de R$ 2 milhões

Uma carta escrita por um sobrevivente do naufrágio do Titanic foi arrematada em um leilão pelo valor recorde de £ 300.000 (mais de R$ 2 milhões). O material corresponde ao coronel Archibald Gracie, passageiro de primeira classe, que descreveu sua experiência antes do acidente que tirou a vida de 1.500 pessoas durante viagem do transatlântico para Nova York.

O item foi vendido por cinco vezes o preço esperado de £ 60.000 na Henry Aldridge and Son of Devizes. De acordo com informações do jornal britânico The Guardian, é o maior valor já alcançado por uma carta escrita a bordo do Titanic.

“Belo navio”

Para a casa de leilão, a correspondência tem um caráter “profético”. Nela, o coronel escreveu que “aguardaria o fim da minha jornada” antes de dar seu veredicto sobre o “belo navio”.

“A Oceanic é como uma velha amiga e, embora ela não possua o estilo elaborado e as variadas diversões deste grande navio, suas qualidades de navegabilidade e aparência semelhante a um iate me fazem sentir falta dela. Foi muito gentil da sua parte me dar essa despedida tão amável, com os melhores votos de sucesso e felicidade, Archibald Gracie”.

A carta é datada de 10 de abril de 1912 e carimbada em Queenstown, na Irlanda, em 11 de abril, e em Londres, em 12 de abril. Itens como este raramente, ou nunca, chegam ao mercado, conforme informa a casa de leilão em seu site.

carta de sobrevivente do Titanic é leiloada

Sobrevivente

O coronel Gracie embarcou no Titanic em 10 de abril. Na noite do naufrágio, ele foi dormir cedo, pretendendo acordar na manhã seguinte para jogar squash, de acordo com informações divulgadas pela Henry Aldridge and Son of Devizes.

Ele acordou com um solavanco repentino quando o Titanic atingiu o iceberg pouco antes da meia-noite e começou a ajudar mulheres e crianças a entrar nos botes salva-vidas.

Gracie escapou da morte depois de lançar-se ao mar e agarrar-se a um dos botes. Ao amanhecer, o passageiro retornou à cidade de Nova York a bordo do navio de resgate Carpathia, onde começou a escrever sobre o que havia passado.

No livro A Verdade sobre o Titanic, obra considerada um dos relatos mais detalhados sobre a tragédia, ele detalha que mais da metade dos homens que chegaram ao bote salva-vidas morreram de exaustão ou frio.

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