Preços do Samba e outros tênis famosos da Adidas aumentarão nos EUA

Um dos modelos mais famosos de sneakers dos últimos anos, o Adidas Samba e outros tênis queridinhos da marca esportiva terão preços mais altos nos Estados Unidos. O aumento, comunicado pelo CEO da empresa alemã, Bjørn Gulden, é resultado das tarifas anunciadas por Donald Trump para produtos de outros países importados para solo americano. No entanto, os novos valores não foram informados até então.

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Tênis da Adidas em clique de street style - Metrópoles
Clique do famoso Adidas Samba, um dos tênis retrô queridinhos do público nos últimos anos. Os norte-americanos devem sofrer um aumento no preço deste e outros modelos da fabricante alemã, segundo anúncio feito nessa terça-feira (29/04)

Impacto das tarifas de Trump

Os impostos de importação – uma tentativa de Trump de reforçar a atividade industrial nos EUA – terão impacto direto no bolso dos estadunidenses em relação aos preços de produtos da Adidas, já que “quase nenhum” dos produtos da marca é fabricado nos EUA, de acordo com Gulden. “Essas tarifas mais altas acabarão causando custos mais altos para todos os nossos produtos no mercado americano”, completou o CEO.

“Dada a incerteza em torno das negociações entre os EUA e os diferentes países exportadores, não sabemos quais serão as tarifas finais. Portanto, não podemos tomar nenhuma decisão ‘final’ sobre o que fazer”, informou, afirmando que, por enquanto, não é possível “concluir qual impacto isso poderia ter na demanda do consumidor por nossos produtos”.

Como a coluna contou anteriormente, quase todo o vestuário (98%) consumido nos Estados Unidos é produzido em outros países, como Vietnã e principalmente a China, responsável por cerca de 30% do total. Os produtos chineses que entrarem nos EUA, segundo Trump, terão cobranças de 145% sobre o preço original. O Vietnã, por sua vez, foi taxado em 46%, nas tarifas temporariamente suspensas por 90 dias.

Na galeria abaixo, entenda a cronologia do recente “vai-e-vem” de tarifas de Trump em relação à China:

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Já no início deste mês, em meio aos 75 países cujos produtos importados terão tarifas nos EUA, a China ficou com 34% (sem contar com os 20% já cobrados, que seriam somados ao valor final)

Mesmo com a trégua de 90 dias, Trump subiu a cobrança em mais 50% devido à resposta da China, que devolveu na mesma moeda, cobrando 34% dos produtos estadunidenses importados por lá
O país asiático, então, igualou sua cobrança interna em 84%, o que fez o presidente americano subir a tarifa para 125%. Somada aos 20% de antes, ela totaliza 145% a mais sobre produtos chineses importados nos EUA, o que fez a China proibir, de forma imediata, a entrada de filmes americanos em seu território
Em 11 de abril, o Ministério das Finanças chinês informou que os produtos americanos importados para a China terão tarifas de 84% a 125%. Já do "outro lado", Trump havia dito que, caso não conseguisse chegar a um consenso sobre os acordos comerciais, manteria as taxas anunciadas para importações dos países no início de abril
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Donald Trump anunciou tarifas que serão impostas pelos EUA a outros países

Chip Somodevilla/Getty Images

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Já no início deste mês, em meio aos 75 países cujos produtos importados terão tarifas nos EUA, a China ficou com 34% (sem contar com os 20% já cobrados, que seriam somados ao valor final)

Getty Images

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Mesmo com a trégua de 90 dias, Trump subiu a cobrança em mais 50% devido à resposta da China, que devolveu na mesma moeda, cobrando 34% dos produtos estadunidenses importados por lá

GPT/Arte Metrópoles

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O país asiático, então, igualou sua cobrança interna em 84%, o que fez o presidente americano subir a tarifa para 125%. Somada aos 20% de antes, ela totaliza 145% a mais sobre produtos chineses importados nos EUA, o que fez a China proibir, de forma imediata, a entrada de filmes americanos em seu território

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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Em 11 de abril, o Ministério das Finanças chinês informou que os produtos americanos importados para a China terão tarifas de 84% a 125%. Já do “outro lado”, Trump havia dito que, caso não conseguisse chegar a um consenso sobre os acordos comerciais, manteria as taxas anunciadas para importações dos países no início de abril

Dilara Irem Sancar/Anadolu via Getty Images

Fábricas em países asiáticos

Falta de mão-de-obra qualificada e equipamentos específicos estão entre os motivos que fazem a produção de sneakers esportivos não ser forte nos Estados Unidos. Em contrapartida, o Sudeste Asiático, com destaque também para o Vietnã e a Indonésia, tem bastante presença de fabricantes esportivas de calçado como a própria Adidas, assim como as rivais Puma e Nike.

Diante da suspensão de 90 dias para as tarifas, logo após o anúncio feito por Trump, os países estão em negociação para chegarem a acordos mais benéficos. A Adidas, inclusive, chegou a reforçar as vendas durante a “brecha” para minimizar o impacto futuro dos impostos. A empresa também se adiantou ao direcionar artigos com produção chinesa, originalmente destinados aos EUA para outros mercados, mantendo só 3% das remessas iniciais.

Tênis da Adidas em clique de street style - Metrópoles
Adidas Gazelle, outro modelo retrô da marca esportiva que deve pesar mais no bolso do público dos EUA futuramente

Alfinetada para a Nike

Nessa terça-feira (29/4), Bjørn Gulden disse ainda que não depender tanto dos Estados Unidos, que representam apenas 1/5 da receita da fabricante esportiva, dá uma vantagem “em comparação com empresas que são mais americanas”. O comentário foi apontado como uma possível alfinetada para a Nike, que é americana e a maior rival da empresa alemã.

Vale destacar que o primeiro trimestre de 2025 foi o período de melhores vendas nessa época na história da Adidas, que existe há 76 anos. Os lucros desse período quase dobraram, totalizando um montante de 610 milhões de euros. Um dos fatores que explicam o sucesso são modelos retrôs como o Samba, responsáveis pelo aumento nas vendas para mercados internacionais.

Tênis da Nike e da Adidas em clique de street style - Metrópoles
Segundo o CEO da Adidas, os Estados Unidos representam somente 1/5 das vendas da empresa, o que representa uma vantagem diante dos aumentos tarifários de Trump comparado às concorrentes que dependem mais do mercado americano

Vantagem entre a concorrência

Até então, segundo Gulden, não houve também uma mudança no comportamento de consumo dos clientes, nem mesmo cancelamentos de pedidos feitos por varejistas. Em contrapartida, o fim da linha Yeezy, com o rapper Ye, fez o aumento das vendas nos Estados Unidos no primeiro trimestre ser menor do que nos demais mercados, que atingiram dois dígitos a mais.

As perdas com as quedas em ações após os anúncios do presidente americano no início de abril, como ocorreu em algumas marcas, já foram recuperadas em grande parte. Inclusive, quando comparada às quedas significativas das concorrentes Nike (48%) e Puma (39%).

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