A terça-feira (29/4) no Congresso Nacional serviu como um exemplo das dificuldades que o governo Lula enfrenta, especialmente na Câmara dos Deputados, onde teve de se defender da artilharia da oposição em várias frentes. Um dia de inferno astral para o Planalto.
Ao mesmo tempo, dois ministros do governo estavam na Casa tendo de explicar a fraude do INSS: Ricardo Lewandowski (Justiça) na Comissão de Segurança, e Carlos Lupi (Previdência) na Comissão de Previdência.
No mesmo horário, Glauber Braga (PSOL-RJ) enfrentava mais uma etapa de seu processo de cassação, desta vez na Comissão de Constituição e Justiça, onde o relator, Alex Manente (Cidadania-SP), votou contra o recurso do psolista.
Com isso, deputados do PT tiveram de se desdobrar em diversas frentes para garantir a proteção dos dois ministros das inquirições da oposição, além de fazer a defesa de Braga na CCJ.
O dia ainda teve a consolidação da federação entre União Brasil e Progressistas. Nos bastidores, membros das duas siglas apontam que dificilmente a federação irá com Lula em 2026, mesmo tendo ministérios no atual governo.
2025 antes de 2026
Como já havia mostrado a coluna, lideranças do Centrão apontam que a dificuldade de Lula na Câmara passa pela dificuldade que o governo tem em montar uma base na Casa Legislativa.
A prometida reforma ministerial, que daria mais espaço para partidos como Republicanos e PSD, não saiu do papel. E, pelo curto tempo devido à descompatibilização eleitoral, caciques já falam que não aceitariam um convite.
Até o momento, Lula fez apenas mudanças internas. A principal delas foi a nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra de Relações Institucionais. Apesar de o Centrão apontar o bom trabalho da ministra, só isso não parece ser suficiente para dar ao governo a proteção necessária em pautas polêmicas na Câmara.