Salvador – A professora e palestrante, Mestra em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo pela USP, Mariane Santana levantou um debate nas redes sociais ao criticar a estética dos templos evangélicos modernos. Em um vídeo recente, ela apontou que muitas dessas igrejas se parecem mais com shoppings do que com espaços de fé.
– Segundo Mariane, o novo visual das igrejas inclui fachadas espelhadas, painéis digitais, iluminação intensa e estruturas retas. A professora chama esse estilo de “arquitetura do desempenho” e alerta: “É uma estética que convida mais ao consumo do que à transcendência”.

Igrejas ou vitrines?
Templos que antes tinham vitrais, símbolos religiosos e ambientes voltados à meditação e ao silêncio, agora apostam em cafeterias, lojas e grandes halls iluminados.
Mariane afirma que esse novo formato transforma a fé em um espetáculo, onde tudo precisa ser rápido, prático e com aparência de sucesso. Para ela, essa mudança reflete uma sociedade que valoriza mais a performance do que a espiritualidade.
“A fé, hoje, vem com estacionamento, wi-fi e maquininha de cartão”, ironiza. Ela vê a modernização não apenas como uma adaptação estética, mas como uma mudança no modo de viver a religião.
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Consumo dentro do templo
Além da tecnologia, o discurso de performance também estaria presente na experiência oferecida. As igrejas passaram a operar como empresas de serviços, oferecendo conforto, segurança e conveniência.
Segundo a professora, isso molda o comportamento do fiel, que passa a consumir a fé como se fosse um produto. O templo deixa de ser um espaço sagrado e vira uma espécie de centro de eventos cristão.
Debate nas redes
O vídeo provocou reações diversas. Muitos seguidores concordaram com a crítica.
– “Jesus virou negócio para enganar quem não lê a bíblia”, comentou um internauta.
Outros, no entanto, defenderam os templos modernos:
– “Frequento uma dessas igrejas e sinto a presença de Deus o tempo inteiro!”, respondeu outro usuário.
Essência ameaçada?
A reflexão que Mariane Santana propõe gira em torno de uma pergunta essencial: até onde a modernização ajuda o evangelho — e quando ela passa a distorcer sua essência?
Para ela, o templo virou palco. A espiritualidade virou produto. E o sagrado, em muitos casos, virou vitrine.
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