Quem é o dono de ferro-velho preso pela PF no Caso Marielle

Nesta quarta-feira (28/2), a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro prenderam o dono do ferro-velho que deu fim ao carro usado pelos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes. O preso é Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha.

A delação do Élcio Queiroz, que confessou ter dirigido o carro do qual foram realizados os disparos contra Marielle e o motorista, narrou a atuação do acusado no crime.

Segundo o relato do ex-PM, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, o Suel, se encontrou com Edilson Barbosa dos Santos para tratar do descarte do carro usado na noite do crime, em Rocha Miranda.

O Suel ainda teria ajudado a fazer uma varredura dentro do veículo e teria recolhido cápsulas da arma usada no crime, que caíram no carro. O dono do ferro-velho já havia sido alvo de mandado de busca e apreensão em julho do ano passado.

Denúncia e prisão

Segundo a corporação, o homem, que já havia sido denunciado pelo MP em agosto de 2023, foi preso próximo à casa dele, no bairro de Santa Cruz da Serra, município de Duque de Caxias (RJ).

O mandado de prisão foi expedido pela 3ª Câmara Criminal da Capital. Segundo a denúncia, o acusado impediu e atrapalhou as investigações de infrações penais envolvendo organização criminosa. As ações dele, segundo o órgão ministerial, teriam causado sérios prejuízos à elucidação do crime.

O preso foi conduzido à Superintendência Regional da PF, na Praça Mauá, para as formalidades decorrentes da prisão judicial. Ele será encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.

O carro utilizado na emboscada contra a vereadora foi um Chevrolet Cobalt. Câmeras de segurança flagraram o veículo seguindo o carro de Marielle.

Em deleação premiada, o ex-policial militar Élcio de Queiroz confessou ter dirigido o veículo e afirmou que Ronnie Lessa, com uma submetralhadora, fez os disparos contra o carro em que estavam Marielle e Anderson.

O crime ocorreu na noite de 14 março de 2018 na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na região central do Rio.

Mandante

Segundo reportagem do The Intercept Brasil, o ex-PM Ronnie Lessa, em delação ainda não homologada pela Justiça, teria apontado como mandante do assassinato o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão.

Entre outros pontos, a reportagem afirma que Lessa teria indicado a suposta motivação para o crime: “A principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle é vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo PSol, hoje no PT, e atual presidente da Embratur”.

Em entrevista ao Metrópoles, Domingos Brazão negou que tenha sido mandante do assassinato da vereadora. Segundo o político, o uso do nome dele poderia ser parte de uma estratégia dos executores do crime para proteger alguém.

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