Dia do Trabalho 2025: 10 olhares sobre o futuro do trabalho no Brasil

 

O Dia do Trabalho, comemorado em mais de 80 países no dia 1º de maio, sempre foi uma data para reconhecer conquistas históricas dos trabalhadores. No Brasil, ela remete à criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.

 

Mas, em 2025, essa data também se impõe como um momento de olhar para frente: afinal, como o trabalho está sendo transformado – e quem são os profissionais que estão ajudando a moldar esse futuro, especialmente quando dados recentes da Robert Half apontam que 54% dos profissionais brasileiros estão em busca de novas oportunidades de emprego, com 69% desejando trocar de empresa e 31% considerando uma mudança de carreira?

 

Tecnologia, sustentabilidade, inovação, direitos e bem-estar passaram a fazer parte da pauta diária de empresas e profissionais. E, mais do que nunca, entender as conexões entre esses temas é essencial para construir ambientes de trabalho mais saudáveis, produtivos e justos.

 

Por isso, reunimos vozes de diferentes áreas – de design a direito, de produtividade a networking – para mostrar como o trabalho de hoje pode (e deve) ser um agente de transformação. Veja:

 

  1. Tecnologia sem ética é colonização.“Em sua obra A Sociedade do Cansaço, Byung-Chul Han nos alerta sobre o esvaziamento do sujeito num mundo de hipertransparência e excesso de positividade. Hoje, somos não apenas vigiados, mas treinados a vigiar a nós mesmos – por meio de sistemas de gamificação, rastreamento e auto-otimização. Quando essas tecnologias são aplicadas sem senso de contexto e sem ética social, o resultado é perverso: reforço de desigualdades, apagamento de identidades, captura de subjetividades”, reflete Ângelo Vieira Jr., especialista em Marketing, Inovação, CX e Digital e estrategista-chefe da Lúmen Strategy.

 

  1. Não subestime o feedback:“Elogiar o trabalho bem-feito de colegas e solicitar feedback construtivo demonstra respeito e valoriza a colaboração. Essa prática reforça o espírito de equipe e cria um ambiente de trabalho positivo e produtivo”, aponta Mara Leme Martins, vice-presidente do BNI Brasil, a maior e mais bem-sucedida organização de networking de negócios do mundo.

 

  1. Estude como a inovação e a tecnologia estão moldando o mercado:“Com os avanços contínuos dos últimos anos, a segurança nacional do futuro será marcada pela automação, pelo uso intensivo de dados e pela colaboração global. A tecnologia está moldando um novo cenário de proteção, e acredito que o seu impacto será cada vez mais decisivo para a construção de sociedades mais seguras e resilientes”, entende Gaudêncio Lucena, presidente da CORPVS, uma das maiores empresas de segurança privada do Brasil.

 

  1. A Comunicação Interna precisa abranger todos os públicos da empresa: “A Geração Z quer participar, opinar e cocriar. Quanto mais o colaborador se sente parte, mais engajado ele estará – e isso só é possível com uma Comunicação Interna viva, interativa e transparente”, salienta Hugo Godinho, CEO da Dialog, HR Tech líder em Comunicação Interna no Brasil.

 

  1. Repense a automação de tarefas:“Automatizar processos não é mais luxo, é estratégia. Isso vale tanto para campanhas publicitárias quanto para a análise de dados em larga escala. É um investimento que se paga rapidamente com eficiência e resultados”, adiciona Marcela Fernandes, gerente de marketing da Fornalha Mineira.

 

  1. Acompanhe as tendências do mercado:“Muitas vezes, um sistema, processo ou modelo de negócio precisa ser desconstruído antes de ser aprimorado. Isso se aplica a empresas que enfrentam desafios de inovação, transformação digital e reestruturação estratégica, onde insistir em modelos ultrapassados pode significar a falha do negócio”, ensina Eduardo Freire, CEO da FWK Innovation Design.

 

  1. A sustentabilidade tem que ser pensada em todas as ocasiões, não apenas as comemorativas:“Nós precisamos nos reeducar neste processo do consumo consciente. Somos nós que podemos ajudar a puxar a transformação real do impacto social e ambiental – isso, sim, é cuidar da nossa casa, da nossa família e de todos que amamos. Porque, no fim das contas, o planeta não pode esperar a próxima data comemorativa para ser prioridade”, discute Luciana Lancerotti, designer de impacto, consultora e palestrante na área de Marketing com práticas sustentáveis para o mundo corporativo.

 

  1. A transparência organizacional é tudo:“Dentro da governança corporativa, a transparência é, possivelmente, o pilar mais fundamental. Transmitir informações claras e acessíveis fortalece a relação da empresa com clientes, investidores e parceiros, propiciando um ambiente de confiança; consequentemente, essa postura contribui para a reputação corporativa e reduz riscos que podem comprometer a estabilidade do negócio”, coloca Marcello Marin, contador, administrador, Mestre em Governança Corporativa e especialista em Recuperação Judicial.

 

  1. Se você trabalha com vendas, leve o CDC a sério.“Para além do ajuizamento de ações judiciais por parte dos consumidores que se sentirem lesados pelas condutas ilícitas praticadas pelas empresas, o CDC estabelece, em seu art. 56, diversas sanções administrativas, tais como multa, apreensão do produto, inutilização do produto, interdição (total ou parcial) do estabelecimento e imposição de contrapropaganda”, afirma Mário Henrique Martins, advogado do Martins Cardozo Advogados Associados especialista em Direitos Difusos e Coletivos.

 

  1. Não abra mão do aprendizado contínuo:“Acredito que, em um mundo onde as profissões tem se transformado constantemente, o aprendizado contínuo se tornou essencial não apenas para que as pessoas consigam se adaptar às mudanças, mas também para garantir que todos tenham a oportunidade de evoluir nas suas trajetórias profissionais, independente do ponto de partida. Vejo que a capacidade de aprender ao longo da vida é mais do que uma tendência atual: é, definitivamente, uma necessidade estratégica para o futuro”, finaliza Thais Requito, especialista em desenvolvimento humano, produtividade sustentável e fundadora da ReskillLab.

 

Neste 1º de maio é essencial reconhecer que o futuro do trabalho está sendo construído por profissionais que, em suas respectivas áreas, promovem transformações significativas. A colaboração entre diferentes especialidades cria ambientes de trabalho mais justos, inclusivos e sustentáveis.

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