A partir de agora, o rastreamento da diabetes tipo 2 deve começar aos 35 anos, mesmo em adultos sem sintomas ou fatores de risco. A recomendação faz parte das novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), publicadas em março na revista Diabetology & Metabolic Syndrome.
O documento amplia o público-alvo da triagem, traz mudanças nos testes laboratoriais utilizados e inclui orientações específicas para crianças e adolescentes, diante do aumento de diagnósticos em faixas etárias mais jovens.
Diabetes tipo 2
- A diabetes tipo 2 é uma doença crônica marcada pela resistência à insulina e pelo aumento dos níveis de glicose no sangue.
- Mais comum em adultos, a condição está frequentemente relacionada à obesidade e ao envelhecimento.
- Entre os principais sintomas estão sede excessiva, urina frequente, fadiga, visão embaçada, feridas de cicatrização lenta, fome constante e perda de peso sem causa aparente.
- O tratamento envolve medicamentos para controlar a glicemia e, em alguns casos, aplicação de insulina.
- Mudanças no estilo de vida, como perda de peso, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios, são essenciais para o controle da doença.
Além disso, o documento passa a incluir recomendações para indivíduos entre 18 e 34 anos com sobrepeso, obesidade ou outros fatores de risco, como histórico familiar de diabetes, hipertensão, sedentarismo, dislipidemia, síndrome dos ovários policísticos, diabetes gestacional ou uso de medicamentos que elevam a glicose no sangue.
O avanço da doença também entre crianças e adolescentes levou a entidade a propor rastreamento para esse público a partir dos 10 anos, ou do início da puberdade, quando há sobrepeso ou fatores de risco semelhantes.
O consumo frequente de ultraprocessados e a falta de atividade física são apontados como principais causas do aumento de diagnósticos nessa faixa etária.
Outra atualização importante é a adoção do teste oral de tolerância à glicose (TOTG) com duração de uma hora como método preferencial para o diagnóstico.
Mais barato, prático e sensível na detecção da pré-diabetes, o exame passa a ser recomendado especialmente em casos em que os testes convencionais (como glicemia de jejum e hemoglobina glicada) indicarem resultados normais, mas houver suspeita clínica.
Frequência dos exames
Pessoas com exames normais e baixo risco devem repetir a triagem a cada três anos. Já aquelas com múltiplos fatores de risco ou com diagnóstico de pré-diabetes devem ser reavaliadas anualmente. Nos casos em que um dos testes estiver alterado, a recomendação é que os exames sejam repetidos em até seis meses.
Rastreamento precoce evita complicações
O objetivo das novas recomendações é identificar precocemente casos de diabetes tipo 2 e de pré-diabetes, condição que pode ser revertida com mudanças no estilo de vida. O tratamento antecipado reduz o risco de complicações como doenças cardiovasculares, problemas renais, alterações na visão e neuropatias.
Para facilitar a triagem, o Ministério da Saúde recomenda o uso do questionário FINDRISC, que estima o risco de desenvolver diabetes nos próximos dez anos. A ferramenta está disponível no site da Sociedade Brasileira de Diabetes e pode orientar a decisão sobre a necessidade de exames laboratoriais.
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