Liminar de Nunes Marques é caçada pelo STF e delegado do caso Marielle deve voltar para cadeia

Brasília – A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, nesta quinta-feira (1º), o retorno à prisão preventiva do delegado Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é acusado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) de integrar uma organização criminosa associada ao jogo do bicho e de favorecer contraventores.

A decisão revoga a liminar concedida em 2022 pelo ministro Kassio Nunes Marques, que havia libertado Turnowski mediante medidas cautelares. O relator, ministro Edson Fachin, votou pela prisão, sendo acompanhado por Gilmar Mendes e André Mendonça. Nunes Marques e Dias Toffoli votaram contra.

Acusações e histórico de Turnowski

De acordo com o MPRJ, Turnowski teria atuado como agente duplo, repassando informações privilegiadas obtidas com aliados do bicheiro Rogério Andrade para seu rival, Fernando Iggnácio, assassinado em 2020. As investigações apontam que o delegado utilizava intermediários, como os delegados Maurício Demétrio e Marcelo Araújo, para essa troca de informações.

Além disso, há indícios de que Turnowski tinha conhecimento de um plano para assassinar Rogério Andrade, embora não haja provas diretas de sua participação nos diálogos. As mensagens que sustentam a denúncia foram trocadas por Maurício Demétrio, que teria afirmado que Turnowski sabia da trama.​

Defesa e próximos passos

A defesa de Turnowski, representada pelo advogado Daniel Bialski, anunciou que recorrerá da decisão. “A defesa vai interpor embargos de declaração no próprio STF e novo habeas corpus”, afirmou o advogado, alegando omissão de pontos importantes, como o fato de o processo estar parado há quase um ano e o cumprimento integral de medidas alternativas.​

Carreira e envolvimento político

Allan Turnowski foi preso em setembro de 2022, durante a campanha eleitoral em que era candidato a deputado federal pelo PL. Na época, gravou um vídeo alegando perseguição política e chegou a ameaçar promotores. “Como deputado federal, o jogo vai inverter. Hoje, só vocês podem armar para mim”, declarou na gravação.​

Ele já havia sido chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB), e voltou ao cargo em 2020, na gestão de Cláudio Castro (PL). Em ambos os períodos, sua atuação foi marcada por polêmicas e suspeitas de envolvimento com contraventores.

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